Minisséries imperdíveis #1

Oi pessoal, tudo bem?

Apesar de ter várias produções longas, com várias temporadas, no meu “currículo”, adoro uma boa minissérie. Acredito que são ótimas maneiras de contar uma história de um modo que não canse o espectador se estendendo demais, e muitas vezes funcionam perfeitamente para adaptar livros, por exemplo. Por esse motivo, resolvi reunir alguns títulos que eu considero imperdíveis e que recomendo fortemente que vocês coloquem na To Watch List de vocês. ❤ Pra fins de critério de seleção, escolhi somente minisséries de temporada única, e nesse post não vou falar sobre doramas – vou produzir conteúdos exclusivos pra eles. Vamos pra lista?

Mare of Easttown

Essa produção da HBO reúne todos os elementos que eu gosto: desenvolvimento psicológico dos personagens, uma protagonista cheia de camadas, investigação policial instigante e plot twists. É uma série que causa aflição enquanto Mare investiga a morte de uma jovem, mas também pelas facetas emocionais que vão sendo reveladas aos poucos a respeito de cada pessoa envolvida com a protagonista, assim como a própria – uma mulher que carrega traumas significativos, mas que tenta seguir em frente da maneira que consegue. Além de uma condução brilhante, as atuações em Mare of Easttown também são incríveis e fazem você se conectar com todos os envolvidos na história. Recomendo muito!

And Then There Were None

Essa é a adaptação de um dos meus suspenses favoritos, o livro homônimo da Agatha Christie. Além de ser muito fiel à obra, essa produção da BBC tem um elenco muito competente e um clima claustrofóbico que remete à sensação causada pelo livro ao colocar seus personagens em uma ilha e apresentá-los à ameaça de perderem suas vidas, um a um. Com o passar dos episódios, eles vão se virando uns contra os outros, passando a desconfiar de suas motivações e tentando descobrir o culpado por trás de tudo. Apesar de ter pequenas mudanças em relação ao material de origem, não é algo que atrapalhe ou que não lhe faça justiça. Pelo contrário: And Then There Were None é uma adaptação digna e de respeito de um dos melhores livros de suspense que eu já li. Vale a pena espiar!

Alias Grace

Alias Grace é um mergulho profundo nos mistérios da mente de Grace, acusada de ter matado seu patrão e a governanta da casa em que morava. Ao longo da minissérie, acompanhamos o psiquiatra Simon Jordan avaliando Grace, no intuito de entender se ela merece ser libertada ou não, e por meio das palavras de Grace somos guiados pelo seu passado e por sua história. Portanto, toda a condução é feita por uma narradora não-confiável, que deseja convencer quem a escuta de que ela é a representação da inocência – e isso transparece em seu tom de voz, em seu olhar, em seus trejeitos. Observar como Grace conduz as conclusões do Dr. Jordan, assim como coloca o espectador em dúvida também, é o aspecto mais fascinante de Alias Grace. Some esse mistério a belos figurinos, uma narrativa cheia de dissonâncias e nuances dúbias e você tem uma minissérie que te deixa fisgado, exatamente como Grace queria. Eu adorei!

Inacreditável

Eu considero Inacreditável mais do que um entretenimento de qualidade, mas uma série necessária. Baseado numa história real, ele conta como uma garota foi processada pelo Estado pelo falso testemunho de estupro – até que anos depois duas policiais mulheres encontraram o estuprador serial culpado pelo caso dessa vítima. Inacreditável deixa explícita a inabilidade do Estado e da polícia em lidar com vítimas de estupro, colocando-as em uma situação de violência mesmo após o trauma vivido, e exemplificando porque tantas mulheres evitam denunciar seus agressores. Mais do que uma minissérie competente, com um roteiro impecável e atuações ímpares, Inacreditável expõe as fragilidades de um sistema que invalida as violências sexuais e de gênero sofridas pelas mulheres, bem como joga luz no fato de que esse mesmo sistema também nos violenta. Imperdível.

O Gambito da Rainha

Uma série que merece muito os prêmios e o hype que recebeu. Demorei pra assistir O Gambito da Rainha, mas quando comecei, entendi porque foi tão elogiada. Acompanhar a jornada de Beth Harmon, uma órfã que aprende a jogar xadrez no orfanato, é adotada e aos poucos vai ganhando fama como uma enxadrista prodígio é uma experiência envolvente. A personagem passa por diversas experiências marcantes e, por mais que as partidas de xadrez sejam o cerne da história, também nos conectamos à forma como ela interage com o mundo: suas primeiras relações no orfanato, depois sua conexão com a mãe adotiva, suas frustrações e regozijos conforme cresce no xadrez, seus períodos de autodestruição e diversos outros cenários que se apresentam ao longo da trama. Vale muito a pena assistir (e torcer, é claro).

Curtiram a seleção?
Incluiriam ou tirariam alguma série da lista?
Me contem nos comentários, vou adorar saber! ❤

As melhores leituras de 2023

Oi pessoal, tudo bem?

Um post tradicional aqui no blog é a retrospectiva de melhores leituras do ano, e eu não poderia terminar 2023 sem rememorar alguns dos livros que me marcaram – e indicá-los pra vocês, é claro!

Confesso que foi mais desafiador escrever essa edição, porque esse não foi um ano tão positivo em termos de escolhas literárias. Tive algumas experiências memoráveis, que vocês verão em seguida, mas a realidade é que 2023 foi marcado por livros um tanto quanto medianos (para a minha decepção). Isso fez com que meu ritmo de leitura inclusive caísse, já que eu senti que estava dando muito “azar” nas minhas escolhas e até colocando em xeque a confiança que eu vinha colocando em certas indicações hypadas da blogosfera e da “mídia literária” no geral. Felizmente, recentemente comecei a focar em obras que eu realmente queria ler e o resultado começou a ser bem mais proveitoso, então meu ânimo tem voltado aos pouquinhos também. Espero que 2024 seja ainda melhor! ❤

Sem mais delongas, vamos ao Top 5?

5º lugar:
O Assassinato de Roger Ackroyd – Agatha Christie

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Essa foi minha última leitura do ano e minha segunda experiência com a Rainha do Crime. Gostei bastante da história, achei bem envolvente, mas acabei deduzindo quem era o assassino e isso tirou um pouquinho do brilho do plot twist. Por outro lado, apesar de ter descoberto a identidade do culpado, eu amei o fato de tudo ter feito sentido no final, então isso também é um ponto super positivo. Foi o primeiro livro dela focado no Hercule Poirot que li e achei o personagem muito divertido.

4º lugar:
Nada Fica no Passado – Jennifer Hillier

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Esse foi um thriller que me prendeu muito por explorar de maneira excelente a ambiguidade da protagonista, Georgina: ela é uma mulher bem-sucedida que viu sua vida virar de cabeça pra baixo quando a polícia descobriu seu envolvimento no assassinato da melhor amiga, vítima do ex-namorado de Geo, que acabou se tornando um serial killer. Ela vai presa, cumpre pena e, quando sai da prisão, descobre que seu ex fugiu da cadeia e pode ter voltado à ativa. A autora consegue equilibrar a tensão do que ocorre no presente com o mistério do passado de Geo e a verdade sobre o assassinado de sua amiga. Mas o grande trunfo da história é a forma como ela trabalha os relacionamentos abusivos e a influência deles na cabeça de uma adolescente.

3º lugar (medalha de Bronze):
Não Confie em Ninguém – Charlie Donlea

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Que livros, meus amigos, que livro! Melhor thriller do ano, sem dúvida alguma, e minha porta de entrada pra ler outros livros do autor, que eu já quero devorar. A trama gira em torno de uma cineasta que se propõe a fazer um documentário pra contar a história de Grace Sebold, que alega ter sido presa injustamente pelo assassinato do namorado. Sidney, a cineasta, obtém tanto sucesso que Grace é libertada (isso não é spoiler, tá na sinopse) e vira um fenômeno da TV. Porém, novas pistas surgem e indicam que talvez ela tenha cometido um erro ao inocentar Grace, e com isso o ritmo do livro ganha ainda mais intensidade. Sério gente, é impossível largar! O autor explora a investigação de Sidney e também alguns capítulos narrando o documentário, o que torna tudo muito dinâmico. Recomendo demais e foi muito difícil colocar esse título com a medalha de bronze, de tão bom que ele é.

2º lugar (medalha de Prata):
Antes que o Café Esfrie – Toshikazu Kawaguchi

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Esse aqui quase perdeu o posto pra Não Confie em Ninguém, mas aí lembrei das lágrimas que eu derramei lendo o livro e meu coração falou mais alto. Quando uma história mexe muito comigo, me sinto na obrigação de indicá-la pra mais pessoas. Antes Que o Café Esfrie gira em torno de pessoas que vão a um café que, segundo uma lenda urbana, pode transportá-las para um momento específico no passado. É um livro que não se aprofunda demais em aspectos fantásticos ou que explora a fundo a mitologia por trás da viagem no tempo, porque ela serve como pano de fundo pra trabalhar as relações entre os personagens. É uma obra que fala sobre transformações profundas pelas quais passamos quando encaramos determinadas situações por um prisma diferente, e nos provoca a aproveitar cada instante, porque ele passa num piscar de olhos. É lindo!

1º lugar (medalha de Ouro):
Um Homem Chamado Ove – Fredrik Backman

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Impossível terminar a lista sem dar o primeiro lugar para meu queridinho do ano, Um Homem Chamado Ove. Esse livro me arrancou lágrimas e risadas na mesma medida, uma característica que eu adoro na narrativa do Fredrik Backman. Acompanhamos as tentativas infrutíferas de Ove, um homem solitário e mau-humorado, de tentar tirar a própria vida, enquanto seus novos vizinhos enxeridos sempre dão um jeito de atrapalhar e aparecer na sua casa pra pedir algum favor. Aos poucos, ele vai criando laços com aquelas pessoas e o leitor vai descobrindo mais sobre Ove, seu passado e os motivos pelos quais ele carrega tanta dor e solidão dentro de si. É um livro muito bonito sobre a importância das relações interpessoais e os laços que construímos ao longo da vida.

Espero que tenham gostado da retrospectiva e das indicações das minhas leituras favoritas de 2023. ❤
Me contem nos comentários quais foram as de vocês? Vou adorar saber!

Assisti, mas não resenhei #10

Oi galera, tudo bem?

Esperei juntar mais uma listinha de títulos pra criar um Assisti, mas não resenhei aqui no blog (fazia tempo que essa editoria não aparecia, né?) e estou super curiosa pra saber a opinião de vocês sobre os títulos nos comentários. Bora lá! 🙌

The White Lotus

A primeira série da lista é uma que virou hype esse ano ou ano passado, não lembro: The White Lotus. Todo mundo só sabia falar nela e muitos memes (em especial com a Jennifer Coolidge) surgiram. Fui assistir e… meh. Ela é uma ótima sátira envolvendo o quão ridículos são os dilemas e as hipocrisias dos ricaços, mas só. Não achei carismática, tampouco envolvente. Os assassinatos/mortes que também poderiam ajudar a manter a curiosidade também não me prenderam. Se a série retornar pra uma terceira temporada, é improvável que eu assista.

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

Esse filme é uma loucura só. 😂 Uma mulher de meia-idade insatisfeita com sua vida triste e medíocre descobre que pode viajar pelo multiverso e é a única capaz de salvá-lo. E a reação dela é tipo: “sai daqui, quero isso não” HAHAHA! Sensata, eu diria. Não é meu tipo de filme, pra ser sincera, mas me divertiu. Michelle Yeoh e Ke Huy Quan entregam performances muito carismáticas, sendo impossível não gostar deles. Além disso, a reta final do filme emociona bastante por focar muito nas questões relacionadas aos vínculos familiares. Apesar de ter passado boa parte do longa o achando nonsense e engraçado, me peguei chorando no final.

One Piece: A Série

Eu nunca tive interesse em ver o anime de One Piece por motivos de: infinito (rs), mas eu fiquei bem curiosa pra ver como adaptariam em live action, já que os personagens têm poderes bem surreais e o potencial pra ficar tosco era grande. Pra minha surpresa, o resultado final ficou incrível. Os efeitos especiais são competentes, a série consegue te convencer de tudo que se propõe e a atmosfera é cativante! Eu adorei acompanhar a jornada de Luffy e dos Chapéus de Palha nesse formato e com certeza vou continuar assistindo às próximas temporadas. Vale a pena dar uma chance, mesmo se você não for o maior entusiasta de animes e mangás. 😉

Nimona

Que grata surpresa foi assistir a essa animação da Netflix! ❤ Nimona adapta a graphic novel de mesmo nome e traz frescor à pasteurização que eu venho sentindo na Disney, por exemplo. Acompanhamos uma garota que quer muito ser sidekick do vilão Ballister Boldhart – acontece que Ballister não é um vilão, e quer provar sua inocência a todo custo. Os dois se metem em situações muito engraçadas graças ao poder de Nimona de ser uma metamorfa, e a amizade que se constrói ali é linda de ver. Além disso, o filme tem representatividade e lições muito bonitas sobre aceitar as diferenças. Recomendadíssimo!

E por hoje eu fico por aqui!
Beijos e até o próximo post. 😘

Daisy Jones and The Six: erros e acertos

Oi pessoal, tudo bem?

Não é segredo pra ninguém que tenha lido minha resenha de Daisy Jones & The Six ou visto meus posts no Instagram que eu não gostei do livro por diversas razões, mas que tinha expectativas de que gostaria mais da série. Novamente fui gongada pela vida e tive mais uma sessão intensa de “passando raiva graças a Daisy Jones e Billy Dunne”, dessa vez ao longo de 10 longos episódios. Brincadeiras à parte, a série realmente funcionou mais do que o livro pra mim, me mantendo mais interessada e “consertando” alguns problemas que me incomodaram nas páginas. Por outro lado, ela também me decepcionou bastante em relação a certos plots e personagens importantes do livro ao adaptá-los de forma bem problemática. 🥲

Então, pra tentar ser justa no meu balanço final a respeito da adaptação – e pra não escrever uma resenha repetitiva, já que falei sobre o livro há pouco tempo –, resolvi fazer um post semelhante ao que escrevi sobre a segunda temporada de Stranger Things, trazendo pra vocês quais foram (na minha opinião) os erros e acertos de Daisy Jones & The Six! Por motivos óbvios, esse post tem spoilers sobre a série.

Erros

Higienização e romantização da personagem de Daisy: uma das primeiras coisas que ficam claras para o leitor no livro é que, desde a adolescência, Daisy faz uso intenso de drogas e álcool. Negligenciada (e indesejada) pelos pais, ela se torna uma groupie aos 14 anos e começa a frequentar bares e pubs, saindo com caras mais velhos e entrando em contato com o rock n’ roll, mas também com o abuso de substâncias. Quando ela passa a fazer parte dos Six, seu vício é uma parte fortíssima de quem ela é, tanto que ela nem sabe quantas pílulas toma por dia ou quais drogas mistura. Na série, porém, até o terceiro episódio isso mal é mencionado. Daisy parece uma jovem inspirada que só quer poder fazer a sua música em paz enquanto mal e mal fuma um baseado. Além disso, todo o lado negativo da sua personalidade demora muito a ser mostrado: no livro, Daisy é egoísta, irresponsável e não liga se suas ações vão afetar os outros negativamente. A sensação que tive enquanto assistia à série é de que criaram uma versão “palatável” de Daisy, para que o espectador pudesse gostar e torcer por ela.

Falta de magnetismo em Billy e Daisy individualmente: enquanto eu lia Daisy Jones & The Six, a dupla de protagonistas era sempre descrita como pessoas das quais você não conseguia desviar o olhar. O magnetismo que ambos exerciam era – depois da química e do talento musical – um dos grandes motivos pelos quais a parceria dava tão certo. Todo mundo queria ver Daisy e Billy de perto, e eles eram verdadeiros ícones do rock. Na série, contudo… Daisy começa bem sem sal pro meu gosto, mas com o passar dos episódios vai se destacando e ganhando a personalidade marcante que eu tanto queria ver. Já o Billy, coitado, não poderia ser mais sem graça. A adaptação foca totalmente no seu sofrimento como alguém que luta contra o vício em drogas e álcool, o que mostra a competência dramática da atuação de Sam Claffin, mas deixa todo o brilho do “showman” Billy Dunne de lado, o que é uma pena.

“Consumação” da atração de Billy e Daisy: eu odeio triângulos amorosos, e se envolvem traição meu ranço fica ainda pior. No caso do livro, pelo menos, Taylor Jenkins Reid opta por contar uma história nunca concretizada, o que torna essa história cheia de reminiscências ainda mais melancólica, já que gira em torno de muitos “e se?”. Na série, porém, fizeram a burrada de incluir no roteiro (mais de uma vez!) cenas em que Billy beija Daisy, desrespeitando seu casamento com Camila da pior forma e toda sua própria construção de personagem feita no livro. O que me leva ao próximo e, provavelmente, pior erro da adaptação.

O desrespeito à personagem de Camila e ao amor de Billy por ela: que Billy eventualmente se apaixona por Daisy é evidente, especialmente durante o processo de composição do álbum Aurora. Porém, ao longo das páginas, ele deixa claro de diversas formas o quanto amou Camila e o quanto ela sempre foi sua prioridade. Não porque ela era sua esposa, não porque era mãe de suas filhas, não por seu senso de dever: pelo que ela representava pra ele e porque ele a amava. Em determinado momento, Billy diz que se Daisy era fogo, Camila era sua água, e era disso que ele precisava. Em suas entrevistas ele deixa claro o quanto faria de tudo pra ter mais momentos com ela e o quanto ela representou em sua vida. A série falhou durante todo esse processo, especialmente ao colocar falas que indicavam que ele só não ficava com Daisy porque tinha uma família, ou seja, como se o amor por Camila já nem existisse mais. Isso é um desrespeito tremendo por aquela relação e pela personagem que foi a cola do casamento e da banda como um todo. Até tentaram se redimir nas cenas finais, quando Billy conversa com a filha, mas sinceramente? Já não adiantava mais. Pra quem só viu a série, acho difícil compreender a magnitude do sentimento entre ele e a Camila. E eu, como fã dessa personagem, acho um verdadeiro desperdício. 🙁

Acertos

Trilha sonora: apesar de inicialmente eu ter ficado meio de nariz torcido por terem trocado as letras originais das músicas, tenho que elogiar o empenho da série em fazer uma trilha sonora tão realista e um trabalho de divulgação tão bem feito pra tornar Daisy Jones & The Six e o álbum Aurora reais. Mesmo que não seja meu estilo de música especificamente (achei que ficou um pouco country rock demais pra mim), a produção caprichou e o resultado é excelente e imersivo.

Figurinos e ambientação: assistir Daisy Jones & The Six é mergulhar na época em que a série se passa. A paisagem, os figurinos, os cenários, cada detalhe é pensado com cuidado e transporta o espectador para as décadas de 60 e 70. É engraçado sentir nostalgia por uma época em que você não estava vivo, mas é uma sensação parecida com essa que a série te faz sentir. Dá vontade de estar naqueles estádios lotados, assistir a banda se apresentar ao vivo e sentir aquela energia também.

Camila como sexto membro dos Six: quando anunciaram que Pete Loving, o sexto membro da banda, não faria parte da série, os fãs no Twitter começaram a especular que a Camila poderia ser o sexto membro da banda – inclusive pelo destaque dado a ela nas fotos em grupo. Bingo! Eu adorei essa mudança e acho que fez todo sentido, especialmente pelo papel que ela tem em manter todos unidos e até pelo próprio papel de esposa do Billy, que sempre o apoiou na carreira musical. Além do mais, a série traz mais foco pra Camila como pessoa, o que é um grande acerto: ela ganha uma profissão (fotógrafa, e muito talentosa), e alguns dilemas próprios bem interessantes.

Mudanças no personagem de Eddie: no livro, Eddie é um cara recalcado (com boas razões) que passa a entrevista inteira reclamando do ego gigantesco do Billy (e tá errado?). Na série, provavelmente pra torná-lo menos insuportável, os roteiristas dão mais razões pra ele ser amargo como é. Primeiro, ele é tirado do seu posto inicial como guitarrista contra sua vontade, sendo colocado no baixo; depois, quando assume os vocais na ausência de Billy, também é retirado da sua posição sem muita consideração; e por fim, a mudança mais interessante diz respeito a seus sentimentos por Camila. Adorei esse plot e achei que essa (e as outras) mudança ajudou muito a dar profundidade a um personagem que, no livro, era raso e só sabia reclamar por despeito.

Foco na cena LGBTQIA+ negra de Nova York: Simone, a melhor amiga de Daisy, é uma personagem que não tem tanto espaço no livro, ainda que seja super importante para a protagonista. Na série, ela ganha um episódio com bastante foco na sua vida em Nova York, onde ela conhece uma DJ que a ajuda a ascender na carreira cantando em boates. As duas iniciam um relacionamento amoroso e constroem uma relação muito bonita, e eu adorei ver esse espaço na trama destinada à cena queer e negra da época.

Acho que os principais tópicos que eu gostaria de abordar são esses, pessoal.
E vocês, já assistiram Daisy Jones & The Six? Curtiram?
Vou adorar saber nos comentários! 😀 

Assisti, mas não resenhei #9

Oi pessoal, tudo bem?

Mas olha só quem tá com uma fila enorme de títulos pra serem resenhados, não é mesmo? 👀 Pra fazer justiça a algumas séries e filmes que aguardam pacientemente sua vez de aparecerem por aqui, cheguei com mais uma edição do Assisti, mas não resenhei. Bora? o/

Bem-vindos à Vizinhança

Essa série deu o que falar quando estreou na Netflix por ser baseada na história real de uma família que comprou um casarão chiquérrimo mas que nunca conseguiu morar lá porque começou a receber bilhetes anônimos super ameaçadores de alguém que se intitulava como “The Watcher”. Essa premissa é ótima e, sendo baseada em fatos reais, dá bem mais curiosidade pra assistir. A série toma liberdades criativas pra “engrossar o caldo” – como o fato de que, na adaptação do caso, a família chega a se mudar e tem que lidar com as ameaças já dentro de casa –, mas o desfecho é um pouco frustrante por ser totalmente aberto. E assim, eu concordo que não ter uma conclusão específica faz sentido se compararmos ao que aconteceu à família que sofreu as ameaças (eles nunca descobriram de quem era a autoria das cartas), mas na verdade acaba sendo um gancho que a Netflix deixou pra uma segunda temporada. Minha opinião sincera sobre a produção como um todo: a série me instigou, mas tem defeitos. Os personagens são meio estranhos, o pai tem uma obsessão/mania bem esquisita de sexualizar a filha com comentários julgadores e, apesar de algumas cenas boas de tensão, tem uma temporada mais lenta do que o necessário. Em contrapartida, a trama faz um ótimo trabalho em te deixar desconfiado de todos os personagens, naquela sensação de vigilância constante.

Easy-Bake Battle

Eu assisti a esse reality por um único motivo, e ele se chama Antoni Porowski. Eu sou apaixonada por Queer Eye e ele é um dos integrantes mais fofos e queridos do squad, então fiquei bem animada ao entrar na Netflix e ver que existe um reality de cozinha amadora conduzido por ele. Antoni é a segunda pessoa dos Fab Five que me recordo de ter ganhado uma produção própria na Netflix (sendo o primeiro Jonathan, cuja série não gostei e larguei na metade) e, apesar de não ser uma temporada memorável, fiquei com o coração quentinho só por matar a saudade do seu jeito meigo e acolhedor. A premissa é: os competidores são desafiados a preparar receitas caseiras e usarem truques que qualquer pessoa poderia aplicar em casa, como por exemplo colocar bolachas dentro de um saquinho ziplock e triturá-las com um rolo de massa (exemplo específico, eu sei, mas é o que me veio à cabeça 😂). Porém, apesar de foto, o reality é meio estranho porque as regras não são bem definidas e os critérios também não, fazendo com que torcer pra algum candidato seja meio pointless. Provavelmente não assistiria a uma segunda temporada, mas não considerei um tempo perdido pela vibe otimista que o Antoni transmite.

O Enfermeiro da Noite

Adoro séries e filmes que falem sobre crimes reais, e esse longa da Netflix estrelado por Jessica Chastain e Eddie Redmayne conta uma parte da história de um dos criminosos mais letais dos Estados Unidos a partir do ponto de vista da sua amiga do trabalho. Na trama, Jessica interpreta Amy Loughren, uma enfermeira noturna que está passando por dificuldades de saúde e em casa, sendo mãe solo de duas meninas. Ela cria um forte vínculo de amizade com o novo enfermeiro transferido, Charles Cullen, que a ajuda no trabalho e também com suas filhas. Porém, quando vários pacientes noturnos da UTI começam a falecer de forma inesperada, Amy passa a desconfiar que Charles tenha algum envolvimento nisso. Na história real, estima-se que ele foi responsável por mais de 300 mortes, e seu modus operandi envolvia principalmente adulterar bolsas de soro, adicionando doses letais de insulina ou outros fármacos. Amy foi essencial para ajudar a polícia a finalmente pegá-lo, pois até então ele só vinha sendo transferindo de hospital para hospital. Achei o filme bacana e ele prende a atenção, contudo não foi a produção mais marcante do mundo pra mim. Jessica Chastain e Eddie Redmayne são excelentes, mas o foco do filme é bem mais a relação dos dois e menos a investigação – e acho que eu tinha expectativas de que fosse diferente. Mas vale a pena dar o play e tirar suas próprias conclusões. O filme é bom, só não achei memorável. 😉

Não se Preocupe, Querida

Esse filme veio embalado em um mundo de polêmicas graças às brigas nos bastidores, que provavelmente ganharam mais atenção que a história em si. Apesar dos pesares, achei o thriller de Olivia Wilde envolvente: acompanhamos um casal, Alice e Jack, que aparentemente vive na década de 50 em uma vida saída diretamente de um comercial de margarina. Eles moram num bairro planejado construído pela empresa de Jack e Alice vive como uma perfeita dona de casa exemplar. Porém, quando ela começa a ter alucinações e memórias estranhas, somadas ao fato de que uma de suas amigas passou pelos mesmos sintomas e depois desapareceu, Alice resolve investigar o que a empresa do marido tanto esconde. É um filme que angustia pelo silenciamento feminino e pelo gaslighting constante, já que todos tentam fazer com que Alice pareça louca. Só fica um aviso sobre o final aberto: não gostei dele e acho que foi aberto até demais para o meu gosto, não me dando nenhuma sensação de conclusão da trama.

E aí, pessoal, já assistiram a algum dos títulos?
Se sim, me contem a opinião de vocês sobre eles nos comentários! 🥰

Os melhores filmes e séries de 2022

Oi pessoal, tudo bem?

Uma das coisas que mais gosto no final do ano é olhar pra trás e ver todas as coisas bacanas que rolaram, sejam elas livros ou produções audiovisuais. Por isso, não resisti a trazer uma retrospectiva de melhores filmes e séries também. 🥰 Tive que ser bem criteriosa pra lista não ficar tão longa, o que acabou deixando alguns títulos bacanas de fora, mas espero que gostem das indicações dos meus favoritos do ano.

Os melhores filmes de 2022

Batman

É impressionante como a DC acerta bem mais ao fazer filmes isolados de seus super-heróis, e aqui temos mais um exemplo que funcionou demais. Adorei a versão do Robert Pattinson do Batman e sua química com Zöe Kravitz como Mulher-Gato. O filme é focado no lado investigativo do Homem-Morcego, o que também me agrada bastante. Saí do cinema super satisfeita com o que vi e adoraria que viessem mais histórias do personagem sendo interpretadas por Pattinson. Resenha completa aqui.

A Mulher Rei

Esse filme exala força feminina, ancestralidade e negritude. É muito impactante ver o exército de elite formado apenas por mulheres guerreando, treinando e triunfando perante os inimigos – sejam eles outras tribos africanas ou os colonizadores europeus. Apesar de um ou outro clichê, o mais bonito do filme é a postura de Nanisca, personagem de Viola Davis, que relembra seu rei de que escravizar seu próprio povo (os negros, independente de que tribos sejam) e vendê-los aos brancos é assinar a própria ruína. Ela é uma personagem inspiradora e de visão, e o magnetismo de Viola Davis faz com que não seja possível desgrudarmos os olhos da tela. Resenha completa aqui.

Nada de Novo no Front

Esse filme, lançado no fim do ano, não poderia estar de fora dessa lista. Além de adaptar uma obra-prima literária (com algumas diferenças significativas, sim, mas com a essência respeitada), é um longa necessário para enxergarmos e refletirmos sobre os efeitos devastadores da guerra. Nada de Novo no Front mostra o brilho nos olhos do jovens alemães que buscavam glória e heroísmo desaparecendo conforme eles percebem que foram enviados para as trincheiras para lutar uma luta que não é sua, enquanto os verdadeiros responsáveis estão protegidos. Mesmo que você não curta filmes de guerra (como também é o meu caso), recomendo demais que você dê o play. Resenha completa aqui.

As melhores séries de 2022

Dahmer: Um Canibal Americano

Acho que essa dispensa apresentações, tendo se tornado uma das séries mais assistidas da Netflix. Apesar das controvérsias, Dahmer traz temas importantes como o racismo, a homofobia e a negligência policial como grandes responsáveis (ou, no mínimo, agravantes) pelo alto número de vítimas do serial killer conhecido como Canibal de Milwaukee. Além disso, as atuações primorosas de Evan Peters e Niecy Nash merecem destaque: ele por conseguir transmitir perfeitamente a frieza do assassino, ela por mostrar toda a dor de quem não foi ouvida enquanto tentava denunciá-lo, sabendo que coisas horríveis estavam acontecendo. É uma série forte, mas da qual gostei muito. Resenha completa aqui.

The Sandman

Mesmo sem ler as HQs, mergulhei de cabeça no mundo de fantasia de The Sandman. A história de Morpheus, o Perpétuo que é Mestre do Sonhar e está em busca de seus artefatos mágicos após ficar preso por séculos é muito instigante, e a atuação Tom Sturridge é incrível. Além disso, as paisagens e os efeitos especiais são deslumbrantes, tornando a experiência super imersiva. Vale a pena conferir. Resenha completa aqui.

Heartstopper

Pensaram que a minha queridinha ia ficar de fora? Precisávamos de mais um romance fofo nessa lista! ❤ Heartstopper adapta a HQ com perfeição, me causando o mesmo quentinho no coração e sorriso bobo no rosto. Amei o elenco escolhido e a forma de conduzir a história, que respeitou o material original mesmo trazendo novos elementos e personagens para a adaptação. A química entre o casal protagonista também é tudo, e eu mal posso esperar pra conferir a segunda temporada. 🥰 Resenha completa aqui.

Agora quero saber quais foram os filmes e séries favoritos de vocês em 2022.
Me contem nos comentários? ❤

Deixo registrado também meus votos de Feliz Ano Novo para todos!
Que 2023 seja um ano mais leve, cheio de luz e recomeços.
Agradeço a todos que me acompanharam aqui no blog ao longo do ano e espero contar com vocês no próximo também. ❤

Beijos e um abraço apertado!

Os melhores livros de 2022

Oi pessoal, tudo bem?

Chegou aquela época que eu adoro: fim de ano, ceia de Natal e… retrospectiva, é claro! Tive tantas leituras legais em 2022 que foi difícil montar essa lista de favoritos do ano, mas me esforcei pra ser justa e, ao mesmo tempo, trazer dicas bem diversas pra vocês. Aproveitando o gancho: será que faço um de séries e filmes também? Me contem nos comentários se vocês gostariam. 😀

5º lugar
Mulher, Roupa, Trabalho

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Não-ficção ainda é um gênero que leio pouco, mas foi a primeira leitura concluída de 2022. Esse livro é incrível ao fazer um recorte dos desafios do mercado de trabalho para as mulheres através da perspectiva da moda. A narrativa é bem costurada (juro que isso não é um trocadilho) sem se tornar enfadonha, remontando desde a época medieval até os tempos atuais para explicar como escolhas de vestimenta e mudanças no mundo da moda refletem nas dinâmicas de poder. Leitura mais do que recomendada pra quem gosta de estudar a história do feminismo, as próprias dinâmicas de poder que mencionei e também, é claro, moda!

4º lugar
Vazíola: A Caçada a Morrigan Crow

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Nevermoor foi a série de fantasia mais recente a conquistar meu coração. Seu universo criativo e seus personagens cativantes fazem com que eu mergulhe de cabeça nas aventuras de Morrigan e nos desafios que ela enfrenta como Fabuladora, um poder mal-visto no lugar onde mora devido às maldades feitas pelo último Fabulador conhecido, Ezra Squall. Vazíola é o meu livro favorito da série até agora, pois aprofunda os conhecimentos de Morrigan sobre seu poder, como também traz mais ameaças e complexidade para a trama. Se você curte fantasia com um toque de Harry Potter, vale muito a pena colocar Nevermoor na lista.

3º lugar (medalha de Bronze)
O Avesso da Pele – Jeferson Tenório

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Esse livro não poderia ficar de fora do Top Favoritos de 2022, sendo uma obra intensa, triste, crua e realista. A obra acompanha a rememoração do protagonista, Pedro, a respeito de seu pai, Henrique, que foi assassinado em uma ação policial irresponsável e desastrosa. Esse tipo de desastre é mais recorrente do que deveríamos ter que admitir, e justamente por isso o livro toca em uma ferida super exposta. Negritude, preconceito, descaso com a educação pública e busca por identidade são alguns dos assuntos que fazem de O Avesso da Pele uma leitura imperdível.

2º lugar (medalha de Prata)
Heartstopper – Alice Oseman

Resenha | Compre aqui

Não poderia deixar minha série queridinha de fora, né? ❤ Foi em 2022 que conheci (e me apaixonei!) por Heartstopper, tendo lido todas as HQs publicadas até agora. A história de amor de Nick e Charlie me causou borboletas no estômago como há muito tempo eu não sentia lendo um romance, de tão fofos que eles são. Sabe quando uma história te faz sorrir à toa? Pois é, Heartstopper faz isso comigo, e não canso de espalhar a palavra dessa graphic novel por aí. ❤

1º lugar (medalha de Ouro)
Os Sete Maridos de Evelyn Hugo – Taylor Jenkins Reid

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Por que demorei tanto pra ler esse livro? Já sou cadelinha da Taylor Jenkins Reid há tempos, mas conhecer Evelyn Hugo consagrou a autora como uma das minhas favoritas. Evelyn Hugo é uma personagem tão real que eu senti um vazio enorme por não ter mais a companhia dela. A narrativa é tão envolvente que você esquece momentaneamente que está lendo uma história de ficção. Sua vida é marcada por tantos eventos significativos, muitos deles que exigem atitudes não tão nobres, que você sente emoções conflitantes a respeito da protagonista. Amei Os Sete Maridos de Evelyn Hugo com todas as forças, e me juntei ao clube que panfleteia essa obra por aí.

Menção honrosa:
Amanhã, Amanhã, E Ainda Outro Amanhã – Gabrielle Zevin

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Esse livro não chegou a se tornar favorito, inclusive até a metade não gostei muito dele – especialmente por causa da lentidão narrativa, do foco no backstage da criação de jogos e do protagonista masculino, Sam. Porém, da metade em diante, o foco da obra passa a se tornar as consequências do sucesso. Com ele, vem também a insegurança, a disputa de egos, as mágoas e os ressentimentos. Além disso, a autora soube construir a dor da perda de maneira tão poética e intensa que me fez chorar que nem criança – e quando um livro bate tão fundo no meu coração é impossível tirar ele de uma lista de destaque.

Quais foram as leituras favoritas de vocês em 2022, pessoal?
Aproveito pra desejar um Feliz Natal pra vocês e suas famílias. Que seja uma celebração repleta de amor! 🎄❤️

Assisti, mas não resenhei #8

Oi pessoal, tudo bem?

Eu tô com várias resenhas de séries e filmes que ainda não consegui trazer pro blog, então resolvi reuni-las na oitava edição do Assisti, mas não resenhei. Bora?

Como Seria Se…

Essa comédia romântica da Netflix ganhou meu coração sem esforço! Nela, acompanhamos Natalie, que tem dois caminhos de vida bem diferentes apresentados ao espectador a partir de um acontecimento fatídico: sua gravidez inesperada após dormir com o melhor amigo, Gabe, pouco antes de ambos se formarem na faculdade. O filme então se divide em duas trajetórias: em uma timeline, vemos a vida da jovem mudar completamente quando ela resolve manter a gravidez. Em outra, vemos Natalie tendo um teste de gravidez negativo e colocando seus planos pós-formatura em prática, incluindo uma mudança pra Los Angeles para trabalhar com filmes de animação. O mais bacana de Como Seria Se… é que o longa não coloca nenhuma das linhas do tempo como melhor do que a outra: em ambas Natalie passa por percalços e alegrias, além de seu amadurecimento como pessoa e sua resiliência para seguir seus sonhos. Terminei de assistir ao filme com a mesma sensação gostosa que a personagem sente de que tudo vai ficar bem. ❤ Recomendo!

Queer Eye Brasil

Comecei a assistir à versão brasileira da minha amada Queer Eye sem expectativa nenhuma, mas o reality entregou tudo! A produção consegue manter a mesma vibe da versão americana, o que garante consistência tanto no aspecto de identidade visual quanto na condução dos episódios, e isso é bem bacana porque realmente causa a sensação de estar vendo “um braço” de Queer Eye chegando ao nosso país, com as particularidades que temos (um beijo pra abertura com batida de funk!). Gostei bastante do elenco e da maior parte dos episódios, com destaque para o segundo – que me deixou desidratada de tanto chorar.

Conversando com um serial killer: O Canibal de Milwaukee

Logo após assistir à série que dramatizou a vida do Canibal de Milwaukee, corri para conferir o documentário que traz gravações inéditas do assassino com sua advogada, além de depoimentos de figuras importantes da investigação e da imprensa da época. O documentário é muito envolvente e a fala gelada de Jeffrey Dahmer é de fato de arrepiar, porque ouvir tudo que ele fez com total falta de emoção é bem impactante – e evidencia o trabalho excelente que Evan Peters fez ao interpretá-lo. Também senti bem mais tristeza pelas vítimas citadas no documentário por ter assistido à série, já que ela focou muito em humanizá-las (enquanto o documentário não, o que considero uma falha). Também fica uma crítica negativa ao fato de terem tentado passar pano para a polícia na fala de alguns entrevistados; teve gente dizendo que “não acham que os policiais agiram por preconceito racial, xenofobia ou homofobia, mas que sim, erraram”. 🙄 Considerando que um dos aspectos mais revoltantes do caso como um todo é justamente a atuação do Estado, achei bem feio darem espaço a esse tipo de relativização.

She-Hulk: Defensora de Heróis

Essa é uma série que recebeu hate masculino desde o seu anúncio, provavelmente, mas que fez um ótimo trabalho em colocar esse hate na trama e debochar dele. She-Hulk acompanha a história de Jennifer Walters, prima de Bruce Banner, que acaba se tornando uma Hulk depois de entrar em contato com o sangue dele acidentalmente. Quando descobrem sua identidade, ela precisa aprender a lidar com a súbita fama, com o fato de muitas pessoas só se interessarem por sua versão verde e imponente e, como comentei antes, com os haters. She-Hulk é uma série curtinha de comédia que me divertiu bastante, ainda que eu não tenha considerado excelente. Até a metade da temporada eu curti muito cada episódio, mas parece que o roteiro se perdeu um pouco, ficando sem foco da metade pro final. Acho que eu teria gostado mais se o subtítulo “Advogada de Heróis” tivesse aparecido mais do que apareceu. Seja como for, Tatiana Maslany é uma atriz muito competente e carismática, e me fez gostar instantaneamente de Jen. Vale ressaltar também o viés feminista de She-Hulk, que de cara deixa claro pra Bruce (e pro espectador) que nós, mulheres, temos que lidar com a raiva diariamente – e é por isso que ela controla seus poderes muito mais rápido do que o primo poderia sonhar. A forma como a personagem – e a série – lida com os comentários de ódio também é ótima, especialmente porque a Marvel vem sendo bem atacada por qualquer escolha não-convencional que faça. Não é uma produção perfeita (vide os memes sobre o CGI), mas me diverti o suficiente com ela e darei uma nova chance caso seja renovada. 😉 Como crítica negativa para além do CGI, fica meu sentimento de ranço por alisarem o cabelo dela quando ela se transforma e evidenciarem isso como algo que a deixa mais atraente. 

Já assistiram a algum dos títulos da lista? 😀
Me contem nos comentários!

Lista #12: Crianças da literatura que têm meu coração

Oi galera, tudo bem?

Como nunca fiz uma lista especial para o Dia das Crianças, nesse ano resolvi homenagear alguns nomes cativantes de livros que li. ❤ Foi um pouco difícil fazer essa seleção porque não tenho o hábito de ler livros com crianças mais protagonistas, mas ao mesmo tempo foi bacana relembrar algumas delas. Bora conferir?

Morrigan Crow – Saga Nevermoor

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Morrigan é uma garota que foi considerada amaldiçoada durante toda a sua infância, sendo excluída e deixada de lado. Quando um novo mundo chamado Nevermoor se abre diante dela e permite que ela viva uma aventura fantástica ao lado de pessoas que a valorizam, a garota desabrocha e aprende cada vez mais sobre seus recém-descobertos poderes. Nevermoor é uma série infantojuvenil que flerta bastante com Harry Potter, mas sem soar como uma cópia barata e sem personalidade. O universo é riquíssimo, o desenrolar dos livros é excelente e Morrigan é uma protagonista cativante. Sou fã de carteirinha!

Elsa – Minha Avó Pede Desculpas

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Quando sua avó falece e deixa como missão que Elsa entregue cartas que ela deixou pedindo desculpas aos vizinhos, a pequena garota vai aprendendo mais não apenas sobre aqueles que a rodeiam, mas também sobre sua avó – que era sua melhor amiga. Essa missão faz com que Elsa viva o processo de luto de uma maneira muito emocionante, e esse livro trabalha com bastante afinco o potencial da imaginação infantil por meio do universo criado por Elsa e sua avó. É um livro bem bacana e tem momentos emocionantes, além de uma protagonista fofa e de grande coração.

Harry, Rony e Hermione – Saga Harry Potter

Eu não poderia deixar o meu Golden Trio de fora de uma lista dessas, especialmente quando lembro que tudo começou com eles chegando picorruchos em Hogwarts aos 11 anos. ❤ Esse trio me acompanhou ao longo do meu crescimento também, tanto nos livros quanto nos filmes (já que os atores são poucos anos mais velhos que eu), e são personagens cujo espaço no meu coração está mais do que consolidado.

Daniel – Daniel, Daniel, Daniel

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Quantos Daniel, né? 😂 Enfim, o nome do livro é esse mesmo, e representa o sofrimento do seu protagonista: uma criança que sofre com TOC em segredo. Daniel é um menino que conquista o leitor e ao mesmo tempo provoca grande empatia, porque o livro é excelente em transmitir a angústia de quem sofre com essa doença (no caso dele, para piorar, em segredo). Vale conhecer Daniel, se conscientizar sobre o TOC e, de quebra, renovar as esperanças no que diz respeito a encontrar apoio e conforto na amizade.

Coraline – Coraline

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A protagonista do livro de mesmo nome é uma jovem imaginativa que vai parar em uma espécie de “mundo invertido” quase tão sombrio quanto o de Stranger Things. Nesse outro lado, ela encontra versões aterrorizantes de seus pais e vizinhos, que querem que ela fique com eles a todo custo. Coraline usa de toda a sua coragem pra salvar as almas de quem está preso lá, e eu gostei muito de como ela amadureceu durante esse processo.

Bert e Daisy – O Ickabog

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Esse livro infantil (também escrito por Rowling) é ótimo em mostrar as consequências da ganância e da corrupção quando dois conselheiros de um rei bondoso (mas ingênuo) o manipulam e assustam a população a partir de uma Fake News das grandes. Quem sofre é o povo, em especial as duas crianças protagonistas: Bert, cujo pai é assassinado, e Daisy, que é afastada do seu e levada para longe. Mas mesmo com coisas horríveis acontecendo, Bert e Daisy não desistem de encontrar uma solução para o problema e demonstram uma resiliência incrível ao longo da obra.

Auggie – Extraordinário

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Auggie é uma daquelas crianças da literatura que o leitor se afeiçoa à primeira vista. O menino nasceu com uma má formação congênita que o fez passar por muitas cirurgias no rosto, e isso faz com que ele chame a atenção por onde passa. Quando seus pais decidem que é importante ele frequentar uma escola normal, e não mais estudar em casa, o menino enfrenta novos desafios relacionados a lidar com o bullying e com olhares, mas felizmente também se depara com poder transformador de amizades verdadeiras.

Gostaram da lista, pessoal?
Que crianças vocês adicionariam nas homenagens de vocês? 😀

Beijos e até o próximo post!

Lista #11: 10 livros cujos finais não superei

Oi pessoal, tudo bem?

Vi um post no Imersão Literária com o qual me identifiquei muito e resolvi trazer pra cá também: uma lista com 10 livros cujos finais não superei. Vamos descobrir quais são e os porquês? Observação: por motivos óbvios, esse post tem spoilers

Como Eu Era Antes de Você – Jojo Moyes

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Como deixar um romance que me fez chorar litros de fora, né? Impossível. A construção do amor da Lou e do Will é linda, e a forma como um muda a vida do outro é inspiradora – especialmente no caso de Lou, que desabrocha e deixa antigos traumas pra trás. Ainda assim, por mais compreensível que seja a tomada de decisão de Will, meu lado egoísta queria que ele ficasse. 🥺💔 Eu tanto não superei esse final que me recusei a ler os outros dois da trilogia rs. Pra mim, esse livro não precisava de continuação, tendo um início, meio e fim perfeitos e coerentes.

A Esperança – Suzanne Collins

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Aqui temos um sentimento agridoce, porque ainda que meu casal favorito tenha ficado junto, todo o resto do livro foi um caos pra mim – o final incluso. A autora passou ⅔ do livro enrolando horrores até a batalha efetivamente começar, e aí no terço final foi um Deus nos acuda com mortes que não tiveram o destaque merecido (sdds Finnick), um final corrido para os vilões e um desenvolvimento precário da relação de Peeta e Katniss após tudo que aconteceu. Eu amo a trilogia, mas A Esperança foi bem decepcionante. 😦

A Revolução dos Bichos – George Orwell

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Que esse é um dos meus livros favoritos da vida eu já contei aqui algumas vezes, mas o final dele também é uma obra-prima com gosto amargo na boca. Ver a decadência da Fazenda dos Animais conforme os porcos tomam o controle de tudo, os sacrifícios de antigos amigos (como o leal Sansão) e, principalmente, os acordos que eles fazem com os humanos para benefício próprio é revoltante. Esse livro é um clássico atemporal que recomendo pra todo mundo.

Eu Estou Pensando Em Acabar Com Tudo – Iain Reed

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Eis aqui uma leitura que não foi fácil, porque é um tanto confusa e não conseguiu me prender – mas o final, meus amigos… Ele te pega completamente desprevenida e causa uma sensação de “como eu não vi isso antes?”. Quando isso acontece, sempre dou uma estrela a mais ao livro, porque sou uma leitora que valoriza muito bons finais. 

Sono – Haruki Murakami

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Esse conto é bem rápido de ler e acompanha uma mulher que, subitamente, não consegue mais dormir. Ao longo das páginas acompanhamos essa nova vida que se abre pra ela, mas ao final da história somos surpreendidos por elementos fantásticos que podem ter uma interpretação bem macabra. 👀

Mentirosos – E. Lockhart

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Mais um caso de um livro que não me fisgou no decorrer das páginas, mas cujo final mexeu muito comigo a ponto de se tornar um título marcante. Ainda que eu siga achando o desenvolvimento da história enfadonho, o final joga na sua cara a explicação pra todas as pistas que estavam sendo dadas desde o início. Me emocionei, chorei bastante (rs) e reli várias passagens pra absorver o que tinha acontecido com os personagens.

O Segredo Do Meu Marido – Liane Moriarty

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Eu gostei bastante desse livro, porque a autora consegue trabalhar muito bem os dramas de três mulheres cujas histórias de vida têm alguma relação. O segredo do tal marido está relacionado à morte da filha de uma dessas mulheres, e ele passa a vida carregando o peso do remorso – até que sua esposa descobre. Porém, nas últimas páginas, Liane Moriarty revela que a jovem tinha um problema de saúde congênito que provavelmente foi o responsável por sua morte, e que ninguém descobriu na autópsia. Isso causa uma sensação de impotência muito grande no leitor, que sabe que famílias foram destruídas e nunca saberão a verdade.

Por Lugares Incríveis – Jennifer Niven

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Outro livro que me fez morrer de chorar. Fiquei de olho inchado, gente! 😂 A história de Violet e Finn me envolveu completamente e, de modo parecido com o que ocorre na obra de Jojo Moyes, os personagens também exercem uma influência muito positiva na recuperação emocional um do outro. Finn, contudo, é um jovem negligenciado por aqueles que deveriam cuidar dele, e ninguém percebe as crises causadas pela bipolaridade – que o levam a um destino trágico. Nunca vou superar. 😥

Por Trás de Seus Olhos – Sarah Pinborough

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Mais um exemplo de final não superado por revolta rs. Eu achei esse livro mega envolvente, mas o final foi completamente estapafúrdio. E se eu dou uma estrela a mais a livros com bons finais, eu tiro quando o oposto acontece, e foi o caso aqui. A obra, que tinha tudo pra ser um bom thriller com uma personagem psicopata, se revela uma trama com aspectos sobrenaturais tirados DO NADA e que a autora tenta forçar goela abaixo no leitor. Nesse sentido, a adaptação da Netflix fez um trabalho melhor ao ir mostrando, ao longo dos episódios, que existiam elementos místicos na trama, tornando um pouco mais fácil de engolir todo o plot de projeção astral.

Verity – Colleen Hoover

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Esse thriller maravilhoso fez a minha cabeça e entrou pra minha lista de favoritos. O desenvolvimento da trama é super angustiante, e sentimos que a protagonista (Lowen) está em perigo por estar na mesma casa que Verity, a autora em coma que ela substitui como ghost writer. Porém, aquele final… que decepção. Descobrir uma carta de Verity desmentindo todas as coisas horríveis contadas ao longo da sua autobiografia foi anticlimático e, como eu disse na resenha, pareceu uma tentativa da autora de chocar e ser ~genial. Comigo, não funcionou.

Curtiram as escolhas, pessoal? Qual desses livros vocês já leram? 😀
Me contem nos comentários, vou adorar saber!