Review: Duna

Oi gente, tudo bem?

Com Duna 2 no cinema, resolvi criar vergonha na cara fazer um aquece aqui em casa e assistir ao primeiro filme pra poder conferir a sequência na telona. Vou compartilhar minhas considerações com vocês sobre Duna e quero saber a opinião de quem já assistiu também nos comentários, beleza? 😀

Sinopse: Paul Atreides é um jovem prodígio com um futuro grandioso e envolto em mistério que precisa viajar para o planeta mais perigoso do universo para garantir o futuro de sua família e seu povo.

Ficção científica não é meu gênero favorito, e talvez por isso eu tenha me enrolado tanto pra assistir Duna. Os relatos de que o filme era um pouco lento também não me animavam muito, sendo honesta. Por outro lado, tramas que envolvem intrigas políticas sempre ganham pontos comigo (minha trilogia favorita de Star Wars é a I, II e III haha) e esses elementos acabaram me impulsionando a finalmente conferir o épico de Denis Villeneuve. A trama acompanha a Casa Atreides ganhando do Imperador a incumbência de ser a nova responsável pelo planeta Arrakis, o local onde é possível fazer a mineração de uma especiaria encontrada no deserto que possibilita as viagens espaciais e tem inúmeras outras utilidades que a tornam um bem valioso. A antiga Casa que dominava Arrakis, os Harkonnen, é uma das mais poderosas da galáxia, e não fica nem um pouco satisfeita com a mudança política, arquitetando um plano que visa dizimar a Casa Atreides para sempre. Acontece que esse plano não é totalmente bem-sucedido: Paul, o filho do Duque, e sua mãe, Lady Jessica, sobrevivem. Os dois têm poderes sobrenaturais e Paul é visto por muitos como uma espécie de Salvador de Arrakis. Exilados e em perigo, os dois precisam se aliar aos Fremen – os verdadeiros nativos de Arrakis – para tentar sobreviver aos perigos do deserto e retomar o controle do planeta.

O filme começa com um ritmo bastante lento e, de certa forma, até mesmo confuso. Existem muitos termos que não são explicados, ficando somente subentendidos ou compreendidos pelo contexto. Lady Jessica, por exemplo, tem um poder que envolve uma tal de Voz: ela consegue controlar as pessoas usando esse poder, por meio da indução. Ela diz pra você fazer algo, e você faz. E ao longo dos anos, ela vem treinando Paul para fazer o mesmo, ainda que ele não esteja 100% no controle. É dito que Lady Jessica é uma Bene Gesserit, mas em nenhum momento explica direito o que é isso (eu tive que procurar no Google pra entender 100%, por exemplo), e esse excesso de nomenclaturas vai tornando o filme bastante enfadonho e cansativo. Paul, como alguém que herdou os poderes da mãe, tem uma série de visões do futuro e confusões mentais sobre Arrakis e sobre uma mulher misteriosa, vendo a si mesmo com ela em diversas circunstâncias. Ele sonha com ela, vê a si mesmo com roupas típicas de Arrakis e não sabe se está vendo uma premonição ou se está sendo confundido por seu poder. Esses elementos também tornam o início do filme um tanto truncado, porque são muitas informações novas pra absorver.

Entretanto, uma coisa fica clara desde o começo: está todo mundo tramando contra os Atreides, o Imperador incluso. Nesse sentido, o filme faz um bom trabalho em deixar o espectador situado de que os Atreides estão sendo boicotados e de que o Imperador tem medo da influência política deles, desejando que eles sejam enfraquecidos. Mas quem é esse Imperador? Como as coisas chegaram ao ponto atual? Isso não é explicado. Se um dia será, também não sei. O ponto é: existe um Imperador que manda na porra toda e existem Casas Maiores que são influentes e ganham planetas como se fossem condados. Essa é a explicação que fica clara nesse primeiro filme. Agora, quem é esse manda-chuva e qual é a dele, bom, aí resta você aceitar que ele existe.

Depois que os Atreides vão pra Arrakis e a coisa toda dá errado, o filme ganha um ritmo MUITO bom. Toda a monotonia introdutória fica pra trás e a aflição sobre o que vai acontecer ganha espaço. Paul e Lady Jessica precisam garantir sua sobrevivência, existem cenas de batalha muito boas, há momentos de muita aflição com vermes tenebrosos de 450 metros do deserto sim, parecem uns c* gigantes, e Paul finalmente mostra a que veio. O problema é que quando o filme finalmente fica bom, ele acaba. 😂 A Zendaya passou o filme inteiro passeando pelo deserto nas visões do Timothée Chalamet pra, quando finalmente aparece, não durar quase nada. Foi um final meio frustrante e, ao mesmo tempo, muito envolvente, porque eu terminei o filme já querendo comprar os ingressos pra continuação. Olhando pro panorama geral, esse gancho acabou dando certo, né? Hahaha!

Duna é muito impressionante em efeitos visuais e em fotografia, dando uma imersão bem eficiente no universo construído. E isso inclui a monotonia visual de Arrakis. Você olha pra todo lado e só vê areia e tons terrosos, é um pouco agoniante. Ao mesmo tempo, quando os personagens são obrigados a enfrentar as ameaças dos vermes do deserto, aquela imensidão se torna apavorante, porque a monotonia da areia se transforma em pânico e destruição causada por seres abissais. Essa sensação é transmitida muito bem pro espectador, e eu fiquei bastante aflita vendo os personagens sucumbindo ao deserto ou tentando fugir com todas as forças do seu destino. As atuações também são muito boas e conseguem refletir as nuances dos personagem: Paul é um personagem visivelmente perturbado e em conflito interno; Jessica é uma personagem cheia de dualidade; o Duque Leto Atreides é um bom homem, que não demoraria a ser traído e sucumbir, mas que deixou uma marca positiva pra trás; e eu gostei também de Duncan, especialmente por ver uma atuação mais leve e diferente do Jason Momoa, sem ser o machão turrão dos papéis anteriores que eu conheço.

Gostei muito de Duna e, mesmo tendo dividido a sessão cinema em duas partes (até o momento em que eles chegam a Arrakis, o filme me deu sono e precisei fazer uma pausa pra cochilar rs), achei que a experiência como um todo foi muito bacana. A história tem muito potencial e eu estou ansiosa pra ver as transformações que Paul vai passar ao longo da sua trajetória. Além disso, o foco não são em lutas com naves e viagens espaciais, que são os aspectos que eu menos gosto na ficção científica, o que já ajuda bastante a me conectar mais com a trama. Espero ver ainda mais aprofundamento psicológico e desdobramentos políticos e religiosos na próxima parte, e recomendo bastante pra quem também gosta desse tipo de conflito em histórias de fantasia e ficção científica. 😉

Título original: Dune: Part One
Ano de lançamento: 2021
Direção: Denis Villeneuve
Elenco: Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Oscar Isaac, Jason Momoa, Stellan Skarsgård, Josh Brolin, Javier Bardem, Sharon Duncan-Brewster, Chang Chen, Dave Bautista, Zendaya

9 comentários sobre “Review: Duna

  1. Priih, achei completamente maravilhosa sua percepção do primeiro filme, e esse é honestamente um texto que eu adoraria ter escrito, e não sabia como. Você simplesmente leu a minha mente e escreveu tudo o que eu pensei e senti enquanto assistia ao filme, hahaha.

    O primeiro filme despertou em mim uma curiosidade tão grande (pra mim o hype não fazia sentido) que eu decidi ler o livro… Recomendo fortemente que você faça isso, eu adoraria ler uma resenha sua sobre ele (inclusive estou me ensaiando para fazer o mesmo, só ando um pouco sem palavras… Achei o livro realmente bom).

    O segundo filme é muito melhor que o primeiro – mas não sei se tenho essa percepção apenas por ter lido o livro antes… De qualquer forma, espero que você se divirta assistindo e tenha uma melhor percepção. E que não te dê vontade de cochilar hehehehhe.

    Beijão!

  2. Eu confesso que tenho um pouco de preguiça desse filme e não acho que conseguiria assistir no cinema porque teria que fazer algumas paradas jhaahaha assistir aos poucos. Eu tinha um dos livros, mas não sei que fim o levou O_O

    Tem várias características que gosto, mas não sei porque não consigo me sentir animada com a história.

    beijos

  3. Oi Priih! Eu não tive vontade de ver esse filme nos cinemas devido a duração, prefiro ver em casa pausando, mas tenho bastante vontade de conhecer a história e também ler os livros.

    Feliz Páscoa!
    Bjos!!
    Moonlight Books

  4. Pingback: Review: Duna – Parte 2 | Infinitas Vidas

Deixe um comentário