Review: Pantera Negra: Wakanda Forever

Oi pessoal, tudo bem?

Que o primeiro Pantera Negra é um dos meus filmes favoritos do MCU não é novidade. Que a morte prematura de Chadwick Boseman partiu meu coração em pedacinhos também não. Por isso, eu estava ao mesmo tempo ansiosa e receosa pra ver como lidariam com a ausência dele na continuação, Pantera Negra: Wakanda Forever. Vamos descobrir?

Sinopse: Rainha Ramonda, Shuri, M’Baku, Okoye e Dora Milaje lutam para proteger sua nação das potências mundiais intervenientes após a morte do rei T’Challa.

O filme começa já dando um soco na boca do nosso estômago e fazendo a gente sentir novamente a perda de Chadwick – dessa vez, sob o manto de T’Challa, acometido por uma doença misteriosa e não revelada. Vemos que Shuri veio trabalhando na tentativa de fazer uma versão criada em laboratório da Erva Coração (que Killmonger eliminou no primeiro filme após passar pelo ritual do Pantera Negra), mas a garota falha em sua missão e perde o irmão, cena seguida pelo funeral de T’Challa. Não tenho nem o que dizer, gente: as lágrimas chegam nos primeiros minutos do filme. Além da cerimônia fúnebre ser linda (com trajes e canções típicas e o rosto pintado de T’Challa em uma parede enorme de uma construção), a gente sente que está se despedindo de Chadwick mais uma vez. Eu sinceramente estou com os olhos marejados só de lembrar disso enquanto escrevo.

A perda do Pantera faz com que Wakanda fique numa posição mais vulnerável, já que as grandes nações desejam que o país compartilhe o Vibranium. Com a recusa, é criada uma máquina capaz de detectar o metal raro e poderoso, que é surpreendentemente encontrado no mar. Quando o exército americano se aproxima dessa fonte de Vibranium, criaturas surgem na água e começam a cantar, levando os soldados a pularem do barco. É uma cena que me fez pensar diretamente nas sereias, mas sob aquele viés mais vilanesco do mito, sabem? Gostei bastante dessa abordagem. Esse povo que estamos conhecendo pela primeira vez são oriundos do reino de Talokan, uma espécie de Atlantida protegida e governada pelo Príncipe Namor, que inicialmente deseja se unir a Wakanda contra os povos da superfície, mas que declara animosidade contra o reino de Ramonda quando se recusam a fazê-lo.

Eu gostei bastante de Namor como antagonista. Seu passado foi bem explorado, ele revela um lado mais vulnerável (apesar de também saber ser cruel) e seus motivos são compreensíveis. Namor não gera o mesmo sentimento causado pelo intenso Killmonger e suas razões, mas a fonte de sua ira contra a superfície é parecida: ainda criança Namor viu o vilarejo de sua mãe ser escravizado pelos espanhóis, o que lhe dá inúmeros motivos para não confiar em ninguém da superfície. A história de origem sobre seus talentos e sobre as características de seu povo também é bem bacana e aposto que muitos fãs adoraram poder finalmente ouvi-la no contexto do MCU, mas não vou falar a respeito pra não dar spoiler nem estragar a experiência. 😛

Mas se Namor é um bom antagonista, devo dizer que o brilho do filme reside nas personagens femininas. Shuri está enfrentando um luto violento e desesperançoso, que a afasta das possibilidades de cura (e Letitia Wright atuou tão bem em sua dor que até relevei por alguns momentos ela ser uma antivax); Okoye é responsabilizada pelas consequências de um acidente e vê toda a sua identidade estremecer; a rainha Ramonda é uma força da natureza, sendo um pilar mesmo após perder o marido e o filho e vendo seu reino ser ameaçado; temos também o retorno da espiã Nakia, uma personagem-chave no primeiro Pantera Negra que havia sumido do MCU; e por último, mas não menos importante, há a chegada da brilhante Riri Williams, a futura Coração de Ferro, que simplesmente roubou a cena – amei cada segundo dela em tela, porque seu carisma é simplesmente cativante.

O longa tem uma certa barriga ali pela metade, sendo um pouco mais longo do que o necessário. Apesar disso, não fiquei cansada ou entediada. Na verdade, pra ser honesta, fiquei talassofóbica: apesar de eu amar praia, tenho medo do alto-mar e de grandes profundidades, e uma parte considerável/importante do filme se passa nesses cenários (mas consegui ignorar esse desconforto pra apreciar a beleza de Talokan, cidade inspirada na mitologia asteca). Quando a produção consegue vencer essa barriga e voltar para a ação, a empolgação retorna e nos rende excelentes cenas de batalha.

Mas se eu tiver que resumir Pantera Negra: Wakanda Forever, eu diria que ele é uma homenagem a Chadwick Boseman do início ao fim. O filme consegue fazer na prática o que os personagens de Wakanda dizem: não é necessário estar fisicamente presente para se estar ali. T’Challa e Chadwick podem ter partido para um outro plano (pra quem acredita nele), mas eles estão presentes em cada segundo do longa. Wakanda Forever acerta em não correr com os processos de luto dos personagens, porque também não acelera o processo de luto do espectador. Pra mim, foi difícil assistir Pantera Negra: Wakanda Forever, mas não porque o filme seja fraco em relação ao seu antecessor (apesar de não chegar nem perto de sua grandiosidade). Foi difícil porque Chadwick estava ali, sua ausência estava ali, e ainda dói encarar o fato de que ele e T’Challa partiram. Resta torcer para que estejam em paz, com seus ancestrais, onde estiverem.

Título original: Black Panther: Wakanda Forever
Ano de lançamento: 2022
Direção: Ryan Coogler
Elenco: Letitia Wright, Angela Bassett, Danai Gurira, Lupita Nyong’o, Winston Duke, Tenoch Huerta, Martin Freeman, Dominique Thorne

Review: Doutor Estranho no Multiverso da Loucura

Oi pessoal, tudo bem?

O filme pelo qual eu andava hypadíssima chegou e a dupla que eu amo está de volta: Wanda Maximoff e Stephen Strange, os protagonistas (sim, no plural, e já já explico porquê) de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. ❤ É impossível falar do filme sem mencionar quem é responsável pelo papel de antagonista, então se você considera isso um spoiler, é melhor evitar esse review. Mas o tema já está sendo bastante discutido na internet e nos materiais de divulgação, então acho pouco provável que você ainda não saiba dessa informação. Bora lá?

Sinopse: Em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, do Marvel Studios, o MCU liberta o multiverso e explora seus limites como nunca foi feito antes. Viaje pelo desconhecido com Doutor Estranho, que, com a ajuda de novos e velhos aliados, atravessa insanas e perigosas realidades do Multiverso para confrontar um misterioso novo adversário

Há algum tempo a Marvel vem trabalhando o conceito de Multiverso, sendo as aparições mais recentes e significativas em Loki, What If…? e Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa. Mas é aqui, em Doutor Estranho 2, que esse conceito se expande como nunca, nos oferecendo possibilidades infinitas dentro do MCU.

A trama tem seu pontapé inicial quando Strange e Wong salvam uma menina chamada America Chavez de uma criatura monstruosa. Logo eles descobrem que ela não vem daquele universo, mas sim de outra Terra, e está sendo perseguida por demônios que querem roubar o seu poder – a incrível habilidade de viajar pelo Multiverso (sobre a qual America ainda não tem controle). Stephen decide então recorrer a uma de suas aliadas mais poderosas, alguém que pode ajudá-lo a proteger America: Wanda, que aparentemente vive em isolamento após o incidente em Westview. Mas se você assistiu WandaVision, talvez se lembre que na cena final vemos Wanda estudando um livro misterioso; trata-se do Darkhold, repleto de feitiços sombrios e capaz de corromper aqueles que o usam. E é o que acontece com Wanda: obcecada pela ideia de encontrar um universo no qual seus filhos estejam vivos e viajar para lá, Wanda é a verdadeira pessoa por trás dos ataques a America. De forma inesperada, Stephen se vê do lados oposto daquela que até então vinha sendo uma importante aliada nos Vingadores.

Não é injusto dizer que, apesar do plot do Stephen ser ótimo, o protagonismo real desse filme é da Wanda. A personagem, ainda que num papel de vilã, é capaz de despertar empatia no espectador. Afinal, desde sua primeira aparição em Era de Ultron, ela vem vivendo perdas irreparáveis: primeiro fica órfã, depois perde seu irmão gêmeo, então se apaixona e vê seu amor sendo assassinado e por fim precisa dar fim à realidade na qual ela tem uma família. Não é de se surpreender que Wanda se apegue a qualquer chance de salvar o resquício de felicidade que ela pensa ser possível, ainda que precise sacrificar alguém no caminho. A transformação em Feiticeira Escarlate não é algo que acontece de súbito, e muito menos uma novidade de Multiverso da Loucura; cada produção da Marvel, cada perda pessoal de Wanda a trouxe para esse caminho.

Mas se Wanda foi corrompida pelo Darkhold, Stephen Strange também precisa encarar suas fraquezas. Ao longo do filme, acompanhamos suas viagens pelo Multiverso com America, na tentativa de encontrar um outro Stephen Strange que possa ter conhecimento sobre um livro que é conhecido como a antítese do Darkhold, o Livro de Vishanti. Durante esse processo, ele vê faces de si mesmo que ele não admira: ele percebe como suas falhas também se repetem em outros universos, o que o faz se questionar sobre suas decisões e sobre a inevitabilidade de seus erros. Ele encontra um Strange igualmente corrompido pelo Darkhold, encontra outra Christine que o confronta sobre sua necessidade de controle (algo que “sua” Christine também evidencia), entre outros aspectos que o fazem duvidar de si mesmo. E, particularmente, gosto que Stephen Strange seja um personagem falho; é muito mais relacionável torcer por alguém que está tentando fazer a coisa certa, mas que nem sempre sabe como – e erra no caminho.

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura também nos presenteia com aparições de cair o queixo. Aqui sim vou soltar spoilers, então se quiser ler selecione o texto a seguir: eu vibrei internamente quando os Illuminati apareceram! Amei ver a Capitã Carter, porque sou apaixonada pela Peggy e até hoje não superei o cancelamento da série dela. Tê-la visto em What If…? e agora de volta ao MCU foi sensacional. Além disso, as suspeitas que eu havia lido de que John Krasinski (o Jim, de The Office) seria o Senhor Fantástico se confirmaram, e eu gostei muito dele no papel. Mas, pra fechar com chave de ouro, não poderia deixar de citar o retorno de Patrick Stewart como Charles Xavier. ❤ Essa aparição quase provocou o mesmo queixo caído que o crossover de Peters em Sem Volta Para Casa. 😂 Tudo isso abre tantas portas no MCU que é impossível não ficar animada pelo que está por vir.

Apesar de contar com algumas piadas aqui e ali, o tom de Multiverso da Loucura não é engraçadinho. Sendo sincera, levei até um sustos! 🙈 A busca de Wanda por America rende cenas de perseguição bem sanguinolentas, porque a personagem utiliza a magia das trevas do Darkhold para entrar na mente dos inimigos, manipulá-los e assassiná-los. Alguns personagens morrem de formas brutais, o que não é tão comum nos longas da Marvel. Pra completar a vibe meio “Carrie, A Estranha”, Wanda persegue Stephen e America coberta de sangue da cabeça aos pés, em cenas mais escuras e “opressivas”.

Ainda que Doutor Estranho no Multiverso da Loucura não seja um filme focado em Stephen Strange, mas sim em desenvolver e talvez concluir esse arco narrativo da Wanda, o personagem de Benedict Cumberbatch não é negligenciado. Ele é confrontado por pessoas importantes e pelas suas escolhas de vida – seja na Terra ao qual pertence, seja em outras. O longa cumpre seu papel de mostrar quão vastos são os caminhos que o Multiverso permite, além de dar tempo de tela ao desenvolvimento de dois dos personagens mais interessantes do MCU. Gostei demais!

P.S.: Wanda, faz o que você quiser que eu passo todos os panos do mundo.
P.S. 2: o Visão foi esquecido no churrasco nas ambições da Wanda, né. 😂

Título original: Doctor Strange in the Multiverse of Madness
Ano de lançamento: 2022
Direção: Sam Raimi
Elenco: Benedict Cumberbatch, Elizabeth Olsen, Benedict Wong, Chiwetel Ejiofor, Xochitl Gomez, Rachel McAdams, Jett Klyne, Julian Hilliard

Dica de Série: What If…?

Oi pessoal, tudo bem?

Pra quem adora Marvel como eu, vim dividir minhas impressões sobre What If…?, uma série de animação interessante e muito bem feita. 😀

Sinopse: Reimagine os maiores eventos do universo Marvel e pondere as realidades que poderiam nascer.

Você já parou pra imaginar o que aconteceria se não tivesse sido o Steve Rogers a tomar o soro do Super Soldado? Ou se o Stephen Strange tivesse perdido a mulher que ama, em vez da habilidade com as mãos? E se os Vingadores fossem todos mortos? Essas são algumas das perguntas que essa série imagina e busca responder.

Com episódios curtinhos, entre 20 minutos e meia hora, What If…? dá um gostinho que leitores de HQ provavelmente já experimentaram em algum ponto: presenciar uma história já conhecida sendo totalmente repaginada, em um universo diferente, de forma diferente. E isso é muito legal porque a antologia provoca a nossa imaginação para a ideia do Multiverso.

Aliás, foi aqui que me deparei pela primeira vez com o Multiverso sendo algo de extrema relevância para a próxima fase do MCU. Não vou contar nenhum detalhe, mas é em What If…? que temos o primeiro vislumbre de um Stephen Strange diferente que, pelo menos ao que os trailers indicam, será introduzido também nos cinemas graças a Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. Além disso, o conceito de Multiverso também já apareceu na série do Loki e no filme mais recente do Homem-Aranha. Pra quem assistiu What If…?, isso já vinha sendo pavimentado muito bem.

Nem todos os episódios são legais, confesso (no episódio do Thor eu dormi rs). Mas os que são compensam! Além disso, a animação é super bonita e tem um traço bastante único, do qual gostei bastante. São apenas 9 episódios e já houve a confirmação de que teremos uma segunda temporada, agora basta aguardar se ela terá relação com os eventos que se aproximam no MCU.

Resumindo, What If…? é uma série bem produzida, com eventos interessantes e peculiares e também traz um gostinho desse tema tão importante que é o Multiverso. Pra quem gosta da Marvel, vale muito a pena dar o play e se perguntar também o que aconteceria se. Recomendo! 😉

P.S.: um outro motivo muito especial para assistir What If…? é a chance de ouvir pela última vez uma produção inédita com Chadwick Boseman, que dublou nosso querido T’Challa. Wakanda Forever! 🥺💔

Título original: What If…?
Ano de lançamento: 2021
Direção: Bryan Andrews
Elenco: Jeffrey Wright, Samuel L. Jackson, Chadwick Boseman, Hayley Atwell, Mick Wingert, Lake Bell, Jeremy Renner, Benedict Cumberbatch, Josh Keaton, Danai Gurira, Tom Hiddleston, Michael B. Jordan, Karen Gillan, Chris Hemsworth, Sebastian Stan

Dica de Série: Gavião Arqueiro

Oi galera, tudo bem?

Sabe quando você não dá nada por uma série e ela te surpreende e te diverte? Foi o que aconteceu comigo e Gavião Arqueiro (ou Hawkeye).

Sinopse: Kate Bishop, uma arqueira habilidosa cujo excesso de confiança pode afetar suas decisões, cai no meio de uma conspiração criminosa. Enquanto isso, a tão aguardada viagem de Natal de Clint Barton com os filhos para a cidade de Nova York é interrompida quando uma parte dolorosa do seu passado ressurge. É uma questão de tempo até os caminhos dos dois se cruzarem, tirando o Gavião Arqueiro da aposentadoria.

Um dos aspectos mais bacanas de Gavião Arqueiro é que ela traz de volta uma pegada menos ambiciosa em termos de desafios e antagonistas. Afinal, nem toda trama da Marvel pode envolver titãs e alienígenas superpoderosos, né? O que é bom, se não vira Dragon Ball, como diria meu namorado. 😂

Gavião Arqueiro apresenta novos personagens e traz de volta rostinhos novos que já ganharam nosso coração. A primeira dessas novas personagens é Kate Bishop: na infância, ela presenciou o ataque a Nova York por parte de Loki e os Chitauri, e a pessoa que ela viu lutando contra eles era Clint Barton. A visão de uma pessoa comum, sem poderes especiais, que apenas armado de arco e flecha era capaz de enfrentar aquelas ameaças terríveis, fez com que Kate sonhasse em se tornar uma heroína também. E a série tem uma forma muito legal de mostrar a trajetória da personagem de forma que justifique suas habilidades: já na abertura fica claro que, desde muito novinha, Kate treinou as mais diversas técnicas, indo da arquearia às artes marciais e ginástica olímpica. Com isso, não se torna nada forçada a capacidade dela de lutar, e os diversos troféus e medalhas dela evidenciam isso.

Kate é uma personagem impulsiva e imatura, ainda que não seja tãaao novinha assim (se não me falha a memória, ela tem 22 anos). Ela começa a investigar o noivo de sua mãe, que ela acredita estar envolvido com leilões ilegais, e acaba se metendo em uma confusão tremenda ao usar o traje do Ronin (que estava sendo leiloado). Pra quem não lembra, Ronin foi a identidade de Clint Barton ao longo dos 5 anos de Blip, e ele era implacável ao matar seus inimigos. Ao usar o uniforme dele, Kate ganha a atenção da Gangue do Agasalho, e nessa confusão ela conhece Clint Barton, que vê o “retorno de Ronin” sendo anunciado na TV e resolve intervir. A relação deles começa a partir daí, com um Clint que deseja resolver a situação logo e ir pra casa e uma Kate que está de frente para seu ídolo e quer ajudá-lo em tudo que puder.

A Gangue do Agasalho (nome ridículo, né? Os personagens fazem graça com isso 😂) é bem cômica, de forma geral. Os bandidos são praticamente uma piada e há diálogos que são feitos para não serem levados a sério. Mas há um personagem bem interessante que reaparece no final da série, sobre o qual não vou falar, que eu queria que tivesse mais tempo de MCU. E é na Gangue do Agasalho que também surge uma possível antagonista recorrente, ou futura anti-heroína, não sei: Maya, uma exímia lutadora que também traz representatividade étnica e PCD (pois é surda e usa uma prótese na perna).

É muito bacana ver a relação de Clint e Kate se desenvolver. Eu nunca fui muito fã dele (e nem do ator, pra ser sincera, já vi falas bem babaquinhas dele), mas ele consegue ter o carisma necessário pra funcionar em sua minissérie. Mas é ela quem brilha, isso é inegável: Kate tem um grande coração, um entusiasmo contagiante e uma personalidade que cativa. Ela faz muita burrada devido à inexperiência, mas aos poucos ela vai conquistando a confiança de Clint, que tenta evitar uma parceria com ela a todo custo por saber que a vida de herói envolve muitas perdas. E, já que falei em perda, é necessário ressaltar a presença (ou melhor, a ausência) de Natasha ao longo de toda a série. Gavião Arqueiro faz questão de deixar clara a falta que a personagem faz pra Clint e como existe uma melancolia permanente em torno de seu nome. Quando Yelena (está nos pôsteres e materiais de divulgação, não é spoiler) surge em busca de vingança pela irmã, a ausência de Nat é ainda mais sentida. Gostei muito dessa honraria à personagem, que teve tão pouco reconhecimento por parte do MCU de 2008 pra cá.

Gavião Arqueiro foi uma grata surpresa, trazendo cenas de ação dinâmicas e divertidas e mostrando o lado mais “comum” da vida de super-herói. Nem todo desafio vai ser colossal, e isso não quer dizer que as histórias não sejam boas e envolventes, né? Demolidor que o diga (sdds). Além disso, passa uma vibe de passagem de bastão, semelhante ao que vimos no filme solo da Viúva Negra, e isso me deixa empolgada pelo que está por vir no MCU. Se você busca uma série que entretém em poucos (mas suficientes) episódios, Gavião Arqueiro é uma ótima pedida. 😉

P.S.: tem um membro do elenco que merece uma menção honrosa: a fofura do Lucky (Sortudo), o cachorro resgatado pela Kate. ❤ Muito amor!

Título original: Hawkeye
Ano de lançamento: 2021
Criação: Jonathan Igla
Elenco: Jeremy Renner, Hailee Steinfeld, Vera Farmiga, Tony Dalton, Fra Fee, Alaqua Cox, Linda Cardellini, Florence Pugh

Review: Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa

Oi pessoal, tudo bem?

Acho que todo fã da Marvel estava ansiosíssimo pelo terceiro filme do Cabeça de Teia, né? A promessa dos pôsteres de trazer inimigos icônicos e o envolvimento do Doutor Estranho já nos deixaram em frenesi, e agora conto pra vocês o que achei de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa. ❤

Sinopse: Com a identidade do Homem-Aranha revelada, Peter pede ajuda ao Doutor Estranho. Quando um feitiço corre mal, inimigos perigosos de outros mundos começam a aparecer, forçando Peter a descobrir o que realmente significa ser o Homem-Aranha.

Sendo sincera, devo dizer que sentia falta de protagonismo nos filmes anteriores estrelados por Tom Holland. Sempre achei que seu Homem-Aranha viveu demais à sombra de Tony Stark, principalmente em Longe de Casa, na qual o próprio vilão tem motivações relacionadas ao Homem de Ferro. Felizmente, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é obrigado a encontrar o próprio caminho com a morte do gênio, bilionário e filantropo, e esse caminho é alucinante!

Quando Mysterio revela a identidade de Peter para o mundo, rapidamente sua vida muda – mas a de seus amigos também. Devido à polêmica, eles não são aceitos em nenhuma universidade, o que faz Peter pedir auxílio a Stephen Strange. O que a princípio seria um feitiço mais “simples” (remover a memória de que o Homem-Aranha é Peter Parker) logo sai de controle porque Peter fica pedindo exceções enquanto o Doutor Estranho o conjura. Com isso, a porta do multiverso é aberta, trazendo vilões das outras duas franquias do Amigo da Vizinhança. Porém, Peter não deseja enviá-los de volta sabendo que o destino de todos eles é a morte: o jovem, cujo coração é enorme, deseja poder curá-los, de modo que se regenerem e tenham seus destinos alterados. E é a partir desse ponto que não dá pra voltar atrás, trazendo consequências catastróficas pra Peter.

Sem Volta Para Casa é um filme que não se limita ou se baseia em (apenas) fanservice: as interações entre os personagens de diferentes universos é incrível e promove um crescimento bastante forçado e dolorido a um Peter Parker (de Tom Holland) ainda muito ingênuo. Mesmo contando que a ajuda de MJ e Ned, Peter vê boa parte do seu mundo ruir por causa desses vilões que surgiram em seu universo. O esforço de lutar contra tantos antagonistas sozinho é insuportável, e o arrependimento gerado por suas ações leva Peter para um caminho bastante sombrio. E aqui aproveito para elogiar novamente a performance de Tom Holland: o ator consegue ir da ira às lágrimas com muita facilidade e intensidade, transmitindo suas emoções ao espectador de forma muito convincente.

Apesar de ter um tom mais sério do que seus antecessores, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa consegue encaixar ótimas cenas de humor. Não posso falar muito sobre os principais envolvidos, mas garanto que vocês vão pegar boas referências. 😂 Também gostei muuuito da participação do Ned e da MJ em momentos cruciais, os dois trouxeram bastante leveza para a trama até então mais pesada envolvendo (este) Peter Parker. E o que dizer das cenas de ação? Obviamente foram dinâmicas, intensas, ágeis e do tipo que faz você nem querer piscar. Dá pra imaginar, né? Afinal, é o Homem-Aranha lutando contra vários vilões icônicos ao mesmo tempo!

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é um dos melhores filmes do MCU, e entrega tudo que eu esperava que fosse entregar: muita ação, sacrifícios, desenvolvimento do protagonista e abandono do legado de Stark para que Peter construa o seu. O final do longa tem um sabor amargo, mas que também me agradou pelo paralelismo que é possível ver em relação ao personagem Peter Parker como um todo. E eu, que não fazia muita questão dos filmes do Tom Holland, me encontro ansiosa para descobrir quais serão seus próximos passos. Corram pro cinema! ❤

P.S.: aqui vai uma listinha com spoilers dos meus surtos ao longo do filme. Selecionem se quiserem ler!

  • PUTA QUE PARIU O MATT FUCKIN’ MURDOCK VOLTOU!!! Pelo amor de Deus, façam um filme do Demolidor, nunca te pedi nada Marvel. 😭
  • A cena dos três Peter’s “se apontando” foi O AUGE. 😂
  • R.I.P. May! 💔 Não lembro se ela era viúva nessa trilogia do Tom Holland e se chegou a existir um tio Ben. Seja como for, fez todo sentido ela representar essa perda “clássica” do herói, já que a do Tony Stark não representou a mesma coisa e com o mesmo impacto.
  • O clichê do Peter de Tobey Maguire ser esfaqueado por trás pelo Osborn foi bem sem graça hahaha! No momento em que ele impede o Peter do Tom já fiquei pensando “tá, quantos minutos vão levar pro Osborn esfaquear ele por trás?”
  • Fiquei MUITO emocionada com o Peter de Andrew Garfield conseguindo salvar a MJ da queda. 🥺
  • Que dó do Peter abrindo mão de falar com a MJ e com o Ned, provavelmente pela segurança deles. 😦
  • O paralelismo que mencionei antes diz respeito ao Peter de Tom agora viver em um apê humilde e não ter dinheiro nem recursos, como acontece com o Peter de Tobey. Parece uma constante no destino de Peter Parker, independente do universo. Será que ele vai trilhar os mesmos passos e se tornar um fotógrafo que ganha a vida vendendo fotos do Homem-Aranha? Mal posso esperar para descobrir!

Título original: Spider-Man: No Way Home
Ano de lançamento: 2021
Direção: Jon Watts
Elenco: Tom Holland, Zendaya, Jacob Batalon, Marisa Tomei, Benedict Cumberbatch, Jon Favreau

Review: Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

Oi pessoal, tudo bem?

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis finalmente chegou ao Disney+ e eu pude conferir, já que não fui ao cinema (se não me engano, não tinha tomado as duas doses da vacina ainda). Hoje divido com vocês minhas impressões sobre o longa. \o/

Sinopse: Shang-Chi é o filho do líder de uma organização criminosa poderosa. O rapaz foi criado desde criança para ser um guerreiro, mas decidiu abandonar esse caminho e fugiu para viver uma vida pacífica. Porém, tudo isso muda quando ele é atacado por um grupo de assassinos e se vê forçado a enfrentar seu passado.

Shang-Chi (vou abreviar o nome do filme, tá?) é um longa que funciona bem sozinho/como um filme de origem, já que sua única referência ao universo Marvel reside em Homem de Ferro 3 e a maioria de nós já esqueceu dele rs. Brincadeiras à parte, no filme somos apresentados à organização Dez Anéis, liderada por Wenwu, um homem que usa o poder desses dez artefatos para ter poderes desmedidos e vida eterna. Ao longo dos séculos, ele movimentou a história, interveio onde desejava e construiu um verdadeiro império. Porém, ao conhecer Leiko Wu (a primeira pessoa capaz de derrotá-lo), Wenwu se apaixona, tendo dois filhos: Shang-Chi e Xialing. Quando a mãe das crianças é morta, Wenwu volta para o caminho do poder e da vingança, e Shang-Chi foge do pai após ser treinado para ser um assassino implacável.

O protagonista é um personagem bastante carismático. Ele e sua melhor amiga, Katy, trabalham como manobristas, e ele mantém uma vida simples e distante de seu passado – que é um segredo não revelado a ninguém. Porém, quando os homens de seu pai vêm atrás dele para roubar uma joia dada por sua mãe, Shang-Chi se obriga a revelar a verdade a Katy e ambos vão atrás de Xialing, que pode estar em perigo. A partir daí, o grupo precisa se unir para impedir os planos de Wenwu de destruir a vila natal de Leiko Wu, pois ele acredita que a sua esposa está sendo mantida presa lá.

Se tem uma coisa que não falta em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis são cenas de ação muito bem coreografadas. Em algum nível, cheguei a lembrar dos filmes do Jackie Chan: meu namorado, que é fã dele, inclusive comentou que os movimentos usando as próprias roupas e o cenário para aplicar golpes são bem característicos do ator. É muito divertido assistir aos combates, eles têm um ritmo diferente do que a Marvel costuma apresentar e trazem as artes marciais orientais como foco.

Gostei muito da personalidade do Shang-Chi e da Katy. Os dois têm uma camaradagem muito legal, que eu espero do fundo do coração que se mantenha no âmbito da amizade. Ele é um cara cativante, divertido, ainda que tenha um passado sangrento e doloroso. Ela é extremamente leal a ele e é a alma da festa, mas também uma mulher corajosa que não hesitou em ajudar como podia nos momentos de confronto. O plot de vingança e de obsessão de Wenwu é clichê, mas o filme ao menos consegue demonstrar os motivos pelos quais ele tomou determinadas decisões. Após séculos de guerras e busca por poder, viver pacificamente com a sua esposa foi uma escolha que, em sua mente, levou à morte dela, e Leiko Wu era o centro de sua vida. Não é tão surpreendente que ele fique obcecado em tentar resgatá-la (ignorando a realidade de que ela está morta).

O que não gostei muito foi a parte mitológica das criaturas e dos anéis. Sua origem não é bem explicada, assim como a do vilarejo natal de Leiko Wu, Ta-Lo. Senti que essas informações foram jogadas de forma meio solta, então não entendemos bem como os anéis se comportam e os porquês. E, sendo um filme “de origem”, não sei se teremos muuuitas explicações além do que já tivemos agora.

Resumindo, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis é um filme bem divertido de assistir. Tem alguns plots mal desenvolvidos que enfraquecem um pouco a trama, mas o protagonista e o elenco de apoio carregam bem a trama. Não caí de amores (assim como não caí de amores por Eternos também), mas gostei. 😀

Título original: Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings
Ano de lançamento: 2021
Direção: Destin Daniel Cretton
Elenco: Simu Liu, Tony Chiu-Wai Leung, Awkwafina, Meng’er Zhang, Fala Chen, Michelle Yeoh, Ben Kingsley

Review: Eternos

Oi pessoal, tudo bem?

Nem acredito que essa é uma resenha de um filme que vi no cinema! 😭 Emocionadíssima estou, porque era um dos programas que eu mais curtia fazer antes da pandemia começar. Então, agora que me sinto um pouco mais segura, resolvi pegar uma sessão tranquila e conferir Eternos, o mais novo lançamento da Marvel.

Sinopse: Os Eternos são uma raça de seres imortais que viveram durante a antiguidade da Terra, moldando sua história e suas civilizações enquanto batalhavam os malignos Deviantes.

Acho importante dizer que meu hype pra Eternos tava zerado, independentemente do que os críticos vinham dizendo. Vi o trailer e tudo mais, mas nada em específico me chamou totalmente a atenção, e eu sabia que seria uma história bem diferente do que o MCU apresentou até então. E acho que nesse sentido foi bem positivo ter ido sem expectativas porque, mesmo não achando o filme a melhor coisa do universo, ele me divertiu e me entreteve. A trama nos apresenta aos Celestiais, seres de enorme poder responsáveis por criar a vida no universo. Eles também são criadores dos Eternos, uma espécie de seres imortais que são enviados à Terra para proteger os humanos de criaturas conhecidas como Deviantes. A líder dos Eternos, Ajak, é quem se comunica diretamente com seu líder Celestial, Arishem, e ambos conduzem os Eternos e a vida na Terra rumo à prosperidade por milhares e milhares de anos. Porém, no presente, quando os Deviantes (que até então os Eternos achavam ter sido extintos) retornam e Ajak é encontrada morta, eles correm contra o tempo para descobrir o que está acontecendo – e o motivo do retorno dos Deviantes.

Além de Ajak, o grupo de Eternos é formado por Sersi, Ikaris, Gilgamesh, Thena, Druig, Kingo, Makkari, Sprite/Duende e Phastos. O filme faz o melhor possível pra dar uma trama pra cada um deles, especialmente quando apresenta cada um nos dias presentes. Os Eternos viveram juntos por milhares de anos, mas em determinado momento Ajak os liberou para seguirem seus caminhos, e muitos deles não se viam desde então. Além disso, existem posicionamentos e ideologias diferentes entre os membros do grupo, como Druig, por exemplo, que acha a regra criada por Ajak e Arishem de não interferir nos conflitos humanos absurda. No caso dele, que é capaz de controlar mentes, a dor de ver a humanidade se destruindo ao longo dos séculos é esmagadora.

Eu gostei da interação entre os Eternos de maneira geral. Eles são uma espécie de família, e como em toda família também há questões mal resolvidas e mágoas não superadas. Podemos dizer que a protagonista é Sersi, capaz de transmutar a forma de objetos e seres não sencientes. Ela é a chave pras decisões que os Eternos tomam no presente, porque ela é a escolhida para herdar a jóia que Ajak carregava e permitia o contato com Arishem. Apesar do seu papel central, achei a personagem bem sem sal. Não sei se foi a interpretação de Gemma Chan, mas não me senti conectada a Sersi e seu plot. O mesmo acontece com seu romance com Ikaris, que não me comoveu nem me conquistou.

Uma coisa bem positiva do filme são as cenas de ação! Os poderes dos personagens são legais e os efeitos visuais impressionam. Aqui brilha a personagem de Angelina Jolie, Thena (sem o A, como ela mesma ressalta), que utiliza energia pra criar armas em lutas corpo a corpo. Já em relação a Ikaris, o mais forte do grupo, confesso que achei estranho ver um personagem com poderes tão “Super-Homem vibes” num filme da Marvel. 😂

Ainda nos aspectos positivos, vale salientar a diversidade que faz parte do longa. Temos pessoas de diferentes etnias, credos e orientações sexuais, assim como uma pessoa com deficiência. Temos um beijo gay de um casal que construiu uma família linda e cria seu filho com amor. Como pode haver quem se oponha a isso, né? Mas, felizmente, o filme não cortou essas cenas em países que se opuseram, e ela é mesmo super representativa. As cenas de Makkari também são ótimas porque a comunicação acontece por meio de linguagem de sinais, e foi a primeira vez que eu vi isso acontecendo em um filme – e, sendo um em blockbuster, o impacto em mais pessoas é ainda maior.

Mas o filme também tem problemas. Pra mim, o maior deles é o fato de que é muita história pra contar de uma vez só. Eles introduzem mais informações sobre os Celestiais, nos apresentam às espécies dos Eternos e dos Deviantes, a novos poderes, a novas ameaças, e tudo isso acaba sendo meio jogado, especialmente no ato final, que também acaba sendo um tanto previsível. A sensação que fica é que existem muitas pontas soltas e, por mais que tenha sido recém o primeiro filme desse grupo de heróis, me deu uma sensação de que faltou algo.

Eternos é uma boa distração, pois entretém e conta com ótimas cenas de luta e efeitos visuais incríveis. Não é um filme super memorável por sua história, mas tem disrupções importantes ao trazer um elenco diverso e uma trama que se afasta completamente do que a Marvel trouxe até o momento. Vale a pena dar uma chance e ir se preparando pra próxima fase do MCU. 😀

Título original: Eternals
Ano de lançamento: 2021
Direção: Chloé Zhao
Elenco: Gemma Chan, Richard Madden, Angelina Jolie, Salma Hayek, Ma Dong-seok, Barry Keoghan, Kumail Nanjiani, Lia McHugh, Lauren Ridloff, Brian Tyree Henry, Kit Harington

Dica de Série: Falcão e o Soldado Invernal

Oi pessoal, tudo bem?

Eu sou bem cadelinha da Marvel, e provavelmente esse foi o principal motivo que me fez assinar o Disney+ rs. E é óbvio que eu não ia perder a série envolvendo um dos meus personagens favoritos, o Bucky (que inclusive deu nome ao meu cachorro). 🥰 Bora saber mais sobre Falcão e o Soldado Invernal?

Sinopse: Falcão e o Soldado Invernal são obrigados a formar uma dupla incompatível e embarcarem em uma aventura global que deve testar tanto suas habilidades de sobrevivência quanto sua paciência.

Ao final de Vingadores: Ultimato, vemos um Steve Rogers envelhecido, que optou por ficar no passado vivendo ao lado da sua amada Peggy Carter. Quando ele retorna ao presente, ele se despede de seus amigos mais próximos, Bucky e Sam, e oficialmente aposenta o escudo – indicando que deseja que Sam o assuma. Para a nossa surpresa, ao iniciar Falcão e o Soldado Invernal vemos Sam atuando ainda como Falcão, e o escudo do Capitão foi para o museu em sua homenagem. Bucky visivelmente não aceita a decisão de Sam, revoltando-se com o fato de que o Falcão (em sua opinião) está deixando o legado de Steve pra trás, especialmente quando outro soldado (John Walker) é escolhido para vestir o manto. Apesar das suas diferenças, Bucky e Steve precisam se unir quando um grupo terrorista conhecido como Apátridas parece estar fazendo uso do soro do super soldado para promover protestos e atentados em nome da sua ideologia.

Falcão e o Soldado Invernal é, até agora, a série com mais cenas de ação das lançadas no Disney+. Os dois protagonistas são guerreiros competentes e verdadeiros soldados. Mas, apesar disso, os episódios não focam somente nesse aspecto dos personagens, e foi isso que me fez gostar tanto dela: ela trabalha as emoções de Sam e de Bucky de uma forma que até então não havíamos visto nos filmes. Sam, por exemplo, sofre a pressão por não ter carregado o escudo e o manto de Steve. O fato de ser um soldado negro e ele saber que os Estados Unidos escolhem homens brancos, loiros e de olhos azuis para representar o país enquanto afro-americanos são desprezados, sofrem violência e são vítimas da desigualdade é um peso em seus ombros, que fica ainda mais evidente quando ele descobre que houve um super soldado negro (Isaiah Bradley) que, além de não ter tido reconhecimento por parte do país, ainda teve que fingir sua morte e viver escondido para não ser preso ou eliminado. Esse debate sobre as questões raciais também aparece em uma cena na qual Sam e Bucky são abordados por policiais mas somente a Sam é solicitada a documentação, por exemplo. São aspectos bem relevantes e que eu gostei muito de ver na série.

Bucky, por sua vez, lida com outro tipo de pressão: ele é um soldado com mais de 100 anos e que passou os últimos como um servo da H.I.D.R.A. devido à lavagem cerebral sofrida. Apesar de ter conseguido, com a ajuda de Wakanda, retomar seu verdadeiro eu, ele é um homem perdido nesse novo tempo. E a única referência que ele tinha, seu melhor amigo, se foi para sempre. Isso torna ainda mais doloroso pra ele ver Walker assumindo o título de novo Capitão América, porque em sua interpretação Sam não honrou Steve e tampouco merecia a chance de carregar o escudo. Para além de sua mágoa relacionada ao título, vemos Bucky tendo que lidar com profundas cicatrizes emocionais causadas pelo tempo em que foi o Soldado Invernal. Ele é obrigado pelo Estado a fazer terapia como forma de compensação pelos seus atos, e uma parte de seu “tema de casa” é contar a verdade sobre seu passado às pessoas que feriu. Uma dessas pessoas é um dos poucos vínculos que ele tem no presente, e é palpável a dor e o peso que o personagem carrega. Ele e a Wanda são uma dupla e tanto no que diz respeito a cenas difíceis e lágrimas cheias de peso e significado. 😥

Falando um pouco sobre a ação, são interessantes os debates gerados pelos Apátridas. Esse grupo acredita que o planeta estava melhor durante o Blip, pois durante aqueles 5 anos as fronteiras caíram e os países foram obrigados a trabalhar juntos, já que metade da população mundial se foi. Com o retorno de todas essas pessoas, os governos começaram a levantar muros novamente e grande parte da população começou a ser expulsa de sua nova vida para dar espaço às que retornaram. Por mais que a forma como os Apátridas seja questionável, os motivos valem uma reflexão interessante. Sua líder, Karli, é uma jovem disposta a tudo, inclusive perder a própria vida, em nome desse objetivo que ela considera muito maior que ela. Sendo uma pessoa que sofreu preconceito também, Sam vê nela uma intenção boa por trás de seus atos, fazendo com que ele deseje ajudá-la e convencê-la de que existem outras formas pra agir. Isso tudo, é claro, em meio a cenas de luta intensas, já que quase todos Apátridas usam o soro. Por fim, não posso deixar de mencionar uma dupla inesperada que também auxilia Sam e Bucky: o Barão Zemo e Sharon Carter (atenção pra esse nome, que talvez ele tenha mais desdobramentos no futuro do MCU).

John Walker é um personagem que também vale a menção. Ele inicia seu trabalho como novo Capitão América com boas intenções, mas ao longo dos episódios percebemos que ele tem traumas da guerra e não sabe lidar com eles. Walker toma decisões duvidosas, demonstra ser antiético em mais de uma circunstância e faz abuso de seu poder (não apenas como Capitão, mas em seu passado no Afeganistão também). O importante aqui é que Falcão e o Soldado Invernal, por meio de Walker, introduz uma personagem chamada Valentina Allegra de Fontaine, que também aparece em Viúva Negra. Esse tipo de informação que o MCU vai jogando aos poucos em suas produções torna um pouco “obrigatório” acompanhar tudo que eles lançam se você quiser ficar 100% por dentro, mas também se não estiver a fim é só jogar no Youtube ou no Google depois. 😛

Eu gostei muito das séries lançadas pela Marvel até o momento, e minha ordem de preferência é WandaVision, Falcão e o Soldado Invernal e, por último, Loki (ainda que provavelmente tenha sido a mais hypada). Adorei acompanhar essa nova aventura de Sam e de Bucky, assim como ver o nascimento do nosso novo Capitão América e o processo de cura de um dos personagens mais injustiçados do MCU, assim como o surgimento de uma nova amizade e uma parceria cheia de química (e cheia de cenas muito engraçadas). Agora fico ansiosa pra que o Bucky encontre um novo codinome (Lobo Branco, talvez?), porque faz tempo que ele deixou de ser o Soldado Invernal – e, caso mantenha o nome, torço pra que o fardo fique pra trás (e felizmente algumas cenas trazem essa alegria pro coração). ❤ #TeamBucky Enfim, resumindo: adorei a série e recomendo demais!

Título original: The Falcon and the Winter Soldier
Ano de lançamento: 2021
Criação: Malcolm Spellman
Elenco: Anthony Mackie, Sebastian Stan, Wyatt Russell, Erin Kellyman, Daniel Brühl, Emily VanCamp

Review: Viúva Negra

Oi pessoal, tudo bem?

Nas últimas semanas, Viúva Negra esteve nos holofotes devido à decisão de Scarlett Johansson processar a Disney por quebra de contrato. Mas nem essa informação é capaz de ofuscar um fato: Natasha Romanoff é uma personagem incrível – e merecia mais. Vou explicar mais sobre isso no review, então vem comigo. 😉

Sinopse: Natasha Romanoff, também conhecida como Viúva Negra, confronta o lado mais sombrio de sua história quando surge uma perigosa conspiração ligada ao seu passado. Perseguida por uma força implacável disposta a tudo para destruí-la, Natasha precisa agora lidar com seu passado como espiã e com as relações que deixou para trás muito antes de se tornar uma Vingadora.

Depois de mais de 10 anos de MCU, finalmente Natasha ganhou seu primeiro (e único) filme solo. A personagem, que fez sua estreia de forma sexualizada e estereotipada em Homem de Ferro 2, veio crescendo ao longo dos anos e se tornando uma parte cada vez mais fundamental nos Vingadores, chegando inclusive a liderá-los junto de Steve Rogers. Porém, quem assistiu a Vingadores: Ultimato sabe qual foi o destino da personagem, o que nos deixa com duas sensações: “que desperdício” e “queria ver mais dela”.

A trama de Viúva Negra se passa após os eventos de Capitão América: Guerra Civil. Natasha está vivendo como foragida após apoiar Steve, mas sua rotina isolada chega ao fim quando ameaças do seu passado como espiã russa retornam para atormentá-la. A personagem se depara com uma substância capaz de controlar a mente das Viúvas Negras (esse título é compartilhado entre as meninas que fizeram parte da Sala Vermelha, na qual Nat cresceu) e entende uma verdade terrível: Dreykov, a pessoa por trás da Sala e que Natasha acreditava estar morto, na realidade está vivo e operante. A Vingadora então acaba reunindo forças com pessoas muito importantes de seu passado: sua “família”.

Esse é o primeiro filme em que descobrimos mais sobre a pessoa que Natasha é. Quando criança, ela já fazia parte de uma operação russa nos Estados Unidos, e convivia com uma família de agentes montada pelo governo. Ela tinha uma irmã mais nova, Yelena (que também foi transformada em Viúva Negra); um pai, Alexei (que foi uma figura semelhante ao Capitão América para os russos); e uma mãe, Melina (uma cientista genial). Ainda na infância, a missão nos Estados Unidos dá errado e todos são separados, e desde então Natasha nunca mais teve contato com eles. O surgimento de Dreykov e da substância capaz de controlar mentes é o que coloca a protagonista em movimento para reencontrar cada membro da família – o que gera um equilíbrio maravilhoso entre cenas de luta, momentos engraçados e também um revirar de ressentimentos.

Yelena é a personagem que mais brilha no filme, sendo uma adição muito bem-vinda ao MCU. Ela era muito pequena quando a família foi separada, e sofreu muito com o distanciamento. A jovem se ressente de Natasha por nunca tê-la procurado, mas aos poucos as duas conseguem se reconectar. Yelena é aquela personagem durona, mas de coração enorme, sabem? Ver a interação dela com os outros personagens é bem bacana e ela faz aflorar em Nat um lado que tivemos a oportunidade de ver poucas vezes: uma afeição genuína com uma dose de vulnerabilidade.

O filme também tem ótimas sequências de ação. Existem muitas cenas de luta corpo a corpo, e é bem empolgante assistir. Porém, pra quem espera uma missão que siga um perfil mais de “espionagem” pode acabar se frustrando, porque a pegada é muito mais tiro, porrada e bomba mesmo. E aqui entra um dos aspectos frustrantes que comentei: a história da Natasha é muito mal aproveitada, e a protagonista vai muito além de batalhas físicas e perseguições. O longa até menciona alguns detalhes de como ela desertou da Rússia e integrou a S.H.I.E.L.D., assim como menciona a missão em Budapeste com Clint, mas a gente fica com um gostinho de quero mais. Natasha viveu tantas experiências durante seu treinamento na Sala Vermelha e também como espiã (e Budapeste é só um exemplo delas) que eu, como fã da personagem no MCU, gostaria muito de ter tido a chance de conferir.

O outro ponto negativo do filme é o timing: assistir a uma aventura solo da heroína que serve “só” como uma explicação do que aconteceu entre Guerra Civil e Vingadores: Guerra Infinita, assim como introduzir uma possível “nova Viúva Negra”, é um grande desperdício, além de ser anticlimático. A Viúva Negra é muito mais interessante que o Thor e mesmo assim nunca teve um momento só seu, pois mesmo em seu filme solo quem se destaca é a Yelena. Se somarmos a tudo isso o fato de que já sabemos qual será o destino da Nat, o gosto que fica é bastante amargo.

Em resumo, eu gostei de Viúva Negra como um filme de ação e fiquei contente pelo fato de Natasha Romanoff finalmente ter um longa pra chamar de seu. Entretanto, não posso deixar de fora a tristeza por saber que uma personagem tão incrível e cheia de nuances, com tantas histórias pra contar, tenha recebido essa migalha em comparação com outros personagens do MCU. Agora me resta torcer para que a Marvel não falhe dessa forma com as outras personagens femininas que estão ganhando espaço nas telas.

Título original: Black Widow
Ano de lançamento: 2021
Direção: Cate Shortland
Elenco: Scarlett Johansson, Florence Pugh, Rachel Weisz, David Harbour, Ray Winstone

Dica de Série: Loki

Oi pessoal, tudo bem?

Na última quarta-feira Loki, a série do Disney+ focada no Deus da Trapaça, chegou ao fim, e hoje vim compartilhar minhas impressões a respeito com vocês!

Sinopse: Depois de roubar o Tesseract em “Vingadores: Ultimato”, Loki acaba perante a Autoridade de Variância Temporal (AVT), uma organização burocrática kafkiana que existe fora do tempo e do espaço.

Quem viu Vingadores: Ultimato lembra que o plano dos heróis era voltar no tempo para recuperar as Joias do Infinito, certo? Ao voltarem para 2012, porém, uma confusão acontece e o Loki daquela timeline escapa, e é nessa série que descobrimos o que acontece com ele. O protagonista não demora a ser capturado por outra organização: a AVT (Autoridade de Variância Temporal), responsável por cuidar da Linha Temporal Sagrada que mantém os eventos do universo onde devem estar, e por eliminar qualquer elemento que fuja desse “script”, as chamadas Variantes (sendo este o caso de Loki). Porém, em vez de ser eliminado, Loki é recrutado por um dos agentes da AVT – Mosbius – para auxiliá-lo num problema muito maior: existe alguma outra Variante do Loki causando perturbações consideráveis na linha do tempo e eliminando os agentes da organização, e Mosbius acredita que não há ninguém melhor que um Loki para ajudá-lo a encontrar outro.

Para ser totalmente sincera com vocês, demorei um pouquinho a gostar de Loki. Os primeiros episódios foram bem medianos pra mim, ainda que divertidos. Tom Hiddleston tem carisma, assim como Owen Wilson, então a dupla funciona bem. Obviamente, Mosbius não confia totalmente em Loki, e Loki também tenta enganar Mosbius sempre que possível para benefício próprio. Mas ao longo dos primeiros episódios os dois conseguem focar na missão de rastrear a Variante Loki que está causando as perturbações: uma mulher que abdicou do nome Loki e se autodenomina Sylvie.

Sylvie teve uma vida ainda mais difícil que a do Loki que conhecemos: ela foi identificada como Variante e removida do seu universo original ainda na infância. Porém, ela deu um jeito de escapar da AVT ao roubar um dos dispositivos que eles usam para se mover pelo espaço-tempo (conhecidos como Temp Pads). Seu objetivo máximo é destruir a AVT e se vingar da vida que lhe roubaram, mas devido a inúmeras situações problemáticas, ela e Loki acabam sendo obrigados a trabalhar em conjunto para escaparem da aniquilação por parte da organização.

Vou dizer pra vocês que o que mais gostei em Loki foi da relação que ele construiu com esses personagens, mais até do que do protagonista. O “nosso” Loki em si, pra mim, brilhou menos do que eu esperava. Na AVT ele tem a oportunidade de assistir ao filme da própria vida e isso faz com que uma chave seja virada em sua mente e ele bruscamente se transforma no Loki que conhecemos em Ultimato. Isso, pra mim, foi um tanto forçado – afinal, um homem que estava no auge da sua vilania se transformou completamente ao ver sua vida em uma tela? Entendo que tenha um apelo forte devido a tudo que ele sofreu, mas o Loki de Ultimato levou 8 anos para chegar naquele estágio de desconstrução, e o espectador acompanhou isso acontecer. Na série, por mais que a AVT não siga as regras do espaço-tempo que conhecemos, ainda assim me pareceu brusca a mudança do protagonista.

Depois dos primeiros dois ou três episódios, que achei mais parados, Loki começa a ter uns plot twists mais interessantes e fui ficando mais animada para descobrir os segredos da AVT. Porém, a season finale veio com um balde de água fria e um excesso de diálogos expositivos que me passou a impressão de que o roteirista correu pra explicar tudo que precisava para pavimentar o terreno para Doutor Estranho 2, que vai focar nessa questão do multiverso. Porém, não posso negar que o carisma de Loki é bastante envolvente e faz você querer assistindo à série. Sua relação de gato e rato com Sylphie também é bacana, exceto quando os roteiristas decidem colocar uma tensão romântica/sexual que me causou o mesmo constrangimento de estar assistindo a uma cena de sexo com minha mãe do lado rs.

Das três séries da Marvel que já saíram no Disney+, considerei Loki a mais fraca. Mas ela traz conceitos importantes para entendermos o que vem pela frente, e vale a pena assistir para matar as saudades do Deus da Trapaça. Não achei genial nem fora da média, mas é um entretenimento legal, com um final BEM mindblowing (adoro!) e que traz de volta um personagem que foi ganhando cada vez mais o coração do fandom ao longo de todos esses anos de MCU. 🙂

Título original: Loki
Ano de lançamento: 2021
Direção: Michael Waldron
Elenco: Tom Hiddleston, Owen Wilson, Sophia Di Martino, Gugu Mbatha-Raw