Review: Duna – Parte 2

Oi meu povo, tudo bem?

Cheguei com o review da continuação do épico de ficção científica, Duna – Parte 2. Como comentei na resenha do primeiro longa, ele termina deixando um gostinho de quero mais e uma vontade louca de correr pro cinema, e foi o que fiz. Vamos saber se valeu a pena? Essa resenha obviamente contém spoilers do primeiro filme.

Sinopse: Diante da difícil escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo conhecido, Paul Atreides, agora ao lado de Chani e dos Fremen, dará tudo de si para evitar o futuro terrível que só ele pode prever.

Duna – Parte 2 inicia exatamente onde seu antecessor termina. Após serem aceitos pelo grupo de Stilgar, o líder dos Fremen, Paul e Lady Jessica são conduzidos por eles para seu lar. Eles demoram para serem aceitos pelos outros nativos de Arrakis, mas aos poucos passam a fazer parte daquela comunidade, especialmente devido a manobras políticas e – principalmente – religiosas fundamentais que ocorrem com ambos: Lady Jessica é transformada na nova Reverenda Madre dos Fremen depois de passar por um ritual de quase morte, e Paul Atreides é visto por Stilgar como Mahdi, o messias prometido que vai salvar Arrakis da opressão e transformar o planeta no oásis das profecias. Essas movimentações políticas são fundamentais nos planos de vingança de Paul e Lady Jessica contra os Harkonnen, responsáveis por dizimar toda a Casa Atreides no filme anterior. Contudo, Paul também vive um conflito interno em assumir o papel de Mahdi, considerando que suas visões do futuro mostram uma guerra religiosa desoladora, que mostram bilhões de pessoas morrendo em seu nome.

Duna 2 tem muito mais ação do que a primeira parte, então o problema de deixar o espectador sonolento não existe aqui. Paul e os Fremen se mantêm em movimento o tempo todo pra boicotar os Harkonnen e também para treinar Paul como membro daquela sociedade (ele aprende, por exemplo, a usar os vermes do deserto como transporte!). Para além disso, o longa apresenta novos personagens e trabalha diversas maquinações políticas e religiosas cujos desdobramentos se tornam cada vez maiores. Lady Jessica como a nova Reverenda Madre é uma das principais peças do tabuleiro: ela quer a todo custo que Paul se torne o messias prometido e guie a todos rumo à guerra. Como membro das Bene Gesserit e responsável por gerar o futuro líder da humanidade, o Kwisatz Haderach, ela deseja que Paul assuma essa responsabilidade e está disposta a manipular o que for necessário para tal. Stilgar divide a mesma crença que ela, mas pelo viés da religião dos Fremen, vendo Paul como o Mahdi (o guia) de seu povo. Sinceramente? É revoltante de assistir. Não importa o quanto as coisas possam soar forçadas, o quanto Lady Jessica mexa seus pauzinhos, o quanto Stilgar veja sinais até na RESPIRAÇÃO de Paul, simplesmente a religião é usada como resposta para tudo por ambos. A força da crença toma conta de tudo e determina o futuro de todo um povo, independentemente dos desejos de quem não divide das mesmas opiniões e credos. Mesmo sendo um sci-fi baseado num livro dos anos 60, Duna 2 mostra a religião sendo usada como massa de manobra de forma muito parecida com o que ainda vemos no presente.

Um plot que eu achei mal aproveitado é o de um dos vilões que aparecia nos pôsteres, Feyd-Rautha. Ele é um dos sobrinhos do Barão Harkonnen e irmão mais novo de Rabban, os dois principais vilões do filme anterior. Feyd-Rautha é mostrado como um exímio lutador e um verdadeiro sociopata, tentando fazer com que o espectador sinta algum tipo de medo dele ou tema por seus adversários. Eu achei que o tempo de tela dele foi minúsculo e esquecível, sendo bem sincera. O mesmo ocorre com Irulan, a Princesa e filha do Imperador, membro das Bene Gesserit que passa o filme inteiro apenas narrando as coisas e tendo pouquíssima influência real no que acontece na história.

O destaque positivo em termos de personagem fica pra Chani, o grande romance de Paul, que é carismática e tem opiniões bem definidas sobre suas crenças, e mesmo assim consegue abrir espaço pra Paul em sua comunidade e em seu coração – ainda que outras pessoas debochem dele quando ele se junta aos Fremen. O relacionamento dos dois é muito bonito e o final do filme angustia pelo rumo que as coisas tomam. Acredito que, sem a Chani, o próprio Paul não seria tão marcante. E já que mencionei o protagonista, confesso que gostaria de saber mais sobre os rumos de sua mente pra que suas decisões tenham sido tomadas no terceiro ato. Acredito que o veneno do verme do deserto tenha sido a peça-chave, mas o filme não deixou 100% claro. Quem já assistiu tem alguma opinião sobre isso?

Duna – Parte 2 foi uma ótima continuação com um final controverso, que te surpreende e te incomoda. Novamente, faz com que o espectador queira logo assistir a próxima parte pra saber quais serão os desdobramentos de tais decisões. É um filme que gira em torno do poder destrutivo do fundamentalismo religioso e expõe como muitas vezes as crenças das pessoas são usadas para benefícios próprios. O que vai acontecer com Paul Atreides e com a galáxia como um todo? Estou curiosa e animada pra descobrir. Espero que um terceiro filme venha logo por aí. Se você curte sci-fi com uma pegada de crítica política e religiosa bem forte, vale a pena dar uma chance a essa franquia – mesmo correndo o risco de ter que assistir o primeiro filme em partes pra não sentir soninho rs. Recomendo!

Título original: Dune: Part Two
Ano de lançamento: 2024
Direção: Denis Villeneuve
Elenco: Timothée Chalamet, Zendaya, Rebecca Ferguson, Javier Bardem, Josh Brolin, Austin Butler, Florence Pugh, Dave Bautista, Christopher Walken, Stellan Skarsgård

6 comentários sobre “Review: Duna – Parte 2

  1. Oi, Prihh. Tudo bem?

    Eu fico muito nervosa quando acaba assim e já quero o próximo para ver os desdobramentos hahaha

    Espero que saia logo!

    Vou confessar que acabei não desenvolvendo muito interesse por duna, mas espero em algum momento conseguir assistir.

    beijos

  2. Olá,

    Eu gostei muito do primeiro e estou ansiosa pra assistir o segundo. Sou muito fã do Denis e do seu Stellan – parece que nesse filme ele tá ainda mais macabro.

    Fiquei surpresa como absorvi, pq não me conecto muito com o gênero. E não li o livro, então fiquei em choque com o que aconteceu com o pai do Paul.

    Mas juro que sinto falta dos thrillers/suspense do Denis, queria que ele voltasse pra esse mundinho – torço e muito.

    até mais,
    Canto Cultzíneo

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