Oi pessoal, tudo bem?
Depois de 3 longos anos de espera, a quarta temporada de Stranger Things estreou e foi finalizada anteontem, dia 1º. Como praticamente toda a internet, eu também estava no maior hype e devorei os episódios – com direito a enxaqueca provocada pelas lágrimas da series finale rs. E agora que a temporada oficialmente terminou, vim dividir com vocês minhas opiniões (positivas e negativas) do que vimos até aqui. \o/ Obviamente esse post contém spoilers, então se você não terminou de assistir, não recomendo que leia.
Atmosfera que inspira medo
Stranger Things sempre teve aquele pé no suspense/terror, mas de uma forma que considero jovem e “inocente”, especialmente na primeira temporada. Contudo, na season 4 eu me peguei apreensiva e com medo real em vários momentos. O som dissonante das badaladas do relógio do Vecna mexeram comigo e, sendo medrosa como sou, pedi até pro meu namorado me acompanhar em alguns episódios. 😂
Um vilão ainda mais ameaçador
Além desse clima perigoso que a temporada trouxe, adorei o fato de haver um vilão humanoide, cruel e inteligente – muito mais ameaçador que qualquer demogorgon. Durante a maior parte do tempo, não sabemos o quê e quem é Vecna, apenas que é um ser capaz de atacar a mente das pessoas. O fato dele se apropriar das fraqueza emocionais das pessoas e explorá-las para seu próprio benefício – sendo uma analogia bem factível à depressão – o torna ainda mais cruel. A revelação de sua identidade também foi um dos pontos altos da temporada, conectando todo o perigo que está sendo apresentado desde 2016, quando a Eleven era uma criança misteriosa encontrada na chuva no meio da floresta.
Pontas soltas que precisam ser logo resolvidas
Apesar de terem revelado a identidade de Vecna (a primeira cobaia de Brenner), muitas coisas não ficaram claras. Afinal, o Devorador de Mentes é uma criatura manipulada pelo grande vilão ou é algum tipo de energia que Henry Creel/Vecna/001 absorveu? Como ele já desenhava essa criatura quando ainda era criança, sendo que ainda nem tinha ido para o Mundo Invertido? Considerando que já mostraram o passado do personagem, estou um pouco cética sobre investirem muito mais tempo nisso na próxima temporada, mas eu acho que esse tema ainda rende e gostaria que esses pontos ficassem mais claros.
Max: ponto forte e ponto fraco ao mesmo tempo
Eu adoro a Max e acho que ela acrescentou muitas coisas positivas desde que entrou para o grupo na segunda temporada. Por isso, fiquei de coração partido ao vê-la distante e tão quebrada emocionalmente após a morte de Billy em Stranger Things 3. Ela acaba sendo marcada por Vecna, mas consegue escapar em uma das cenas mais incríveis e emocionantes da temporada, em que ela corre na direção da luz e de seus amigos ao som de Running Up That Hill, de Kate Bush. Porém, Stranger Things 4 foi covarde ao selar seu destino. A garota bola um plano arriscado, em que sua vida está em perigo, e ela realmente se torna uma vítima de Vecna. Por mais que Eleven faça de tudo para impedir, ela ainda não está forte o bastante (falarei sobre os poderes dela em seguida), e Max sucumbe ao vilão. A cena em que ela diz a Lucas que não enxerga nem sente nada e que não está pronta pra morrer me levou às lágrimas, sendo emocionante e significativa… até Eleven dar uma de Jesus e reviver a menina, cujo coração havia parado. Desde quando telecinese faz isso, gente? Privilégio de protagonista, só pode. E o pior de tudo: El não sente a mente de Max voltar – o que pode ser a explicação para o portal de Vecna para a Hawkins real se abrir: ele precisava de uma quarta vítima e aparentemente Max concluiu essa necessidade, ainda que sua amiga tenha feito seu coração voltar a bater. Sinto que a temporada terminaria de forma mais impactante se os roteiristas tivessem tido coragem de dar adeus à ruiva que amamos.
O que fizeram com a Robin?
Desde sua primeira aparição, Robin roubou a cena. Sua dinâmica com Steve é incrível e os dois são amigos cujo apoio mútuo é inspirador – isso sem contar a representatividade LGBTQIA+ que a personagem trouxe para a série antes disso ser explorado por meio de Will. Mas se antes eu via Robin como uma pessoa sagaz e espirituosa, nessa temporada transformaram a garota numa goofy atrapalhada, que tem medo até de tropeçar nos próprios pés.
Eddie Munson: outro queridinho desperdiçado
Desde a primeira cena do novo personagem, Eddie Munson, seu carisma ficou explícito para o espectador. Líder do novo grupo de RPG do qual os meninos fazem parte, ele é caçado pela cidade por pensarem que ele faz rituais satânicos e é culpado das mortes dos adolescentes – uma crítica bem interessante ao fundamentalismo religioso e ao conservadorismo irracional. Ele tem uma dinâmica com Dustin que é de muita parceria, similar a que o garoto tem com Steve, causando até olhares de ciúme por parte deste rs. Mas Eddie é mais um personagem novato colocado na série pra que a gente se apegue e logo em seguida tenha que ver morrer. E o pior de tudo: morreu protegendo a cidade que o considera culpado e, dois dias depois, ninguém mais falava nele no grupo, exceto Dustin. Seja como for, a verdade é que a despedida dele e de Dustin me fez chorar rios, com direito a nariz entupido e tudo mais.
Nancy, Steve e Jonathan: wtf?
Se teve alguém que me tirou do sério nessa temporada, foi Nancy. Ela e Jonathan agem covardemente um com o outro durante a temporada inteira, porque ambos não se abrem para uma conversa honesta a respeito da distância e dos planos futuros. E aí o que acontece? Ela começa a se engraçar pro Steve de novo. Ele é um dos meus personagens favoritos e simplesmente merece mais que uma garota que pula dele pro Jonathan e do Jonathan pra ele de volta. 😦
Plot da Eleven e do Mike: dai-me forças, Senhor
Eu não gosto da Eleven. Pronto, falei. Senti pena dela sofrendo bullying, é claro, mas todas as cenas que a envolviam foram muito cansativas pra mim. Seu drama amoroso com Mike não me comoveu (somente me cansou) e senti muita vergonha alheia da declaração de amor dele na series finale. Aliás, esse garoto foi uma pamonha a temporada inteira e tem sido irritante desde a season passada, em que não dava a menor bola pro Will – que realmente tem que estar muito crushado pra dizer que o Mike (ainda) é o coração de tudo. 😂 Pode até ter sido, mas faz tempo que não é mais. Em relação a essa dupla de personagens, a única coisa de que gostei foi o foco no passado de Eleven durante as imersões para que ela recuperasse seus poderes, mas somente porque estava relacionado à origem de Vecna também. De resto, zZzzZzzZzz.
Will: reizinho queer, mas injustiçado
Eu amo os underdogs, e Will claramente sempre foi um deles: não fazia parte de um grupo popular, foi levado para o Mundo Invertido, quando voltou foi hospedeiro do Devorador de Mentes e, ao se ver livre de tudo isso, viu que seus amigos estavam em outra fase da vida, com namoradas e outros compromissos (ele só queria jogar um RPGzinho, gente! Que que custa?). Essa temporada trouxe mais uma camada de profundidade ao personagem, que é a indicação de que Will é gay (ou, no mínimo, bi). Esse fato gerou uma cena emocionante em que ele projeta um discurso sobre a Eleven pro Mike que, na verdade, é sobre ele, e também um momento entre irmãos na qual Jonathan fala nas entrelinhas – pra não forçá-lo – que o ama independentemente de qualquer coisa. O Jonathan não serviu pra quase nada nessa temporada, mas essa cena foi de arrepiar. ❤ Como ponto negativo, ressalto apenas o fato de que Will nunca ganhou o espaço merecido na trama como um personagem ativo e condutor de ações importantes, e espero que isso mude na próxima temporada.
Trama arrastada de resgate ao Hopper
Gostei de como os roteiristas não tornaram fácil libertar o Hopper, mas não posso dizer que essa parte da trama tenha me instigado. Achei cansativa e dando muitas voltas no mesmo lugar, sem realmente provocar um frio na barriga. Afinal, se salvaram o personagem no fim da temporada passada, minha conclusão é de que não o matariam nessa. Portanto, não consegui engajar com os riscos sofridos e com as dificuldades enfrentadas.
Squad de Hawkins
Sem sombra de dúvidas, o plot mais interessante foi o que chamo de squad de Hawkins. Adorei a dinâmica do grupo que estava na cidade e de como eles foram investigando cada vez mais a fundo as mortes dos adolescentes e descobrindo um passado sombrio da cidade. Fiquei instigada e muito curiosa durante todo esse processo, entretanto meu elogio não se resume à investigação em si, mas também à coragem de cada um deles. Afinal, sem sequer hesitar, Nancy, Steve, Dustin, Max e o resto do grupo se arriscaram para enfrentar Vecna sem contar com o apoio dos poderes de Eleven. Badass é pouco pra defini-los! 💪
De forma geral, gostei muito de Stranger Things 4 e sigo sendo fã dessa história tão cativante e envolvente. Claro que nem tudo foi perfeito, contudo nesse caso os pontos positivos me impactaram mais do que os negativos. Estou ansiosíssima para a próxima e última temporada (e torcendo pra que não leve mais 3 anos pra chegar), mas ao mesmo tempo sem coragem de dar um adeus definitivo.
E vocês, o que acharam de Stranger Things 4?
Me contem nos comentários! 😍