Oi pessoal, tudo bem?
Depois de um longo período cheeeio de expectativa, It – Capítulo 2 chegou aos cinemas e é claro que eu corri para conferir! 🎈
Sinopse: 27 anos depois dos eventos de “It – A Coisa”, Mike (Isaiah Mustafa) percebe que o palhaço Pennywise (Bill Skarsgard) está de volta à cidade de Derry. Ele convoca os antigos amigos do Clube dos Otários para honrar a promessa de infância e acabar com o inimigo de uma vez por todas. Mas quando Bill (James McAvoy), Beverly (Jessica Chastain), Ritchie (Bill Hader), Ben (Jay Ryan) e Eddie (James Ransone) retornam às suas origens, eles precisam se confrontar a traumas nunca resolvidos de suas infâncias, e que repercutem até hoje na vida adulta.
27 anos após a luta com Pennywise na casa amaldiçoada, o Clube dos Otários (agora separado) vive suas próprias vidas. Porém, após um assassinato homofóbico brutal, Mike Hanlon – o único que ficou em Derry – toma a decisão de ligar para cada um dos membros do grupo, a fim de relembrá-los da promessa feita tantos anos antes: se o Palhaço Dançarino voltasse, eles também voltariam para acabar de uma vez por todas com a ameaça. Uma vez reunidos novamente, os membros do Clube dos Otários precisam enfrentar não apenas Pennywise, mas principalmente as lembranças dolorosas que eles pensavam ter esquecido, bem como seus medos mais profundos.
O mais complicado quando você ama muito uma produção que terá continuação é que, inevitavelmente, as expectativas vão lá pro alto. E, quando elas não são atendidas, a queda também é grande. E foi isso que senti assistindo It – Capítulo 2. 😦 Eu sou completamente apaixonada pelo primeiro filme, mas infelizmente não consegui me conectar ao desfecho da história.
Eu não sou fã de filmes de terror, e It – A Coisa é uma exceção justamente porque foge da fórmula tradicional. Ele me remete a uma vibe Stranger Things, quase uma aventura mais sombria, e foca na história e na forte conexão do Clube dos Otários. It – Capítulo 2, entretanto, peca ao substituir esses elementos por jump scares e excesso de efeitos especiais. Falando primeiro dos jump scares: além de extremamente cansativos, eles roubam tempo de tela de cenas que, para mim, são realmente assustadoras, envolvendo a persuasão ameaçadora de Pennywise. Para mim não há jump scare que ganhe da tensão que a cena do bueiro com Georgie me causou, por exemplo. Em relação aos efeitos especiais, eles são usados com demasia, beirando o ridículo em diversos momentos. O fato do filme ter focado menos nos personagens e mais nos sustos me decepcionou, porque o que me fez gostar de It foram justamente… os personagens!
Além disso, é nítido que o longa tem uma “barriga” narrativa no segundo ato, quando cada membro do grupo precisa partir em uma missão individual que faz parte do plano para acabar com a Coisa. Essa parte da narrativa me causou uma sensação de tipo “okay, move oooon”. Em parte essa sensação aconteceu porque a trama traz de volta um antigo inimigo que é totalmente dispensável e só serve para tornar a história mais longa do que o necessário (são quase 3h de duração). E, para concluir as críticas negativas, devo mencionar os erros de continuidade: tudo bem, isso pode ser chatice minha, mas eu assisti ao filme 1 no dia anterior para “aquecer” e, como estava com a memória fresca, percebi cenas refilmadas que estavam diferentes das originais rs. Acho isso bem amador, ainda mais em uma superprodução, cês me desculpem hahaha!
Porém, não posso deixar de exaltar as qualidades que o filme também tem. O casting foi sensacional e é possível enxergar cada um dos membros originais nos atores adultos. Gostaria de destacar o Richie de Bill Hader, que traz a mesma essência que Finn Wolfhard imprimiu no personagem no longa anterior. De maneira geral, todos os atores se saem muito bem, mas confesso que esperava mais de Jessica Chastain: pra mim, ela não conseguiu invocar o carisma que Sophia Lillis concedeu à versão adolescente de Beverly (cuja personalidade forte ficou apagada na vida adulta). O fato de existirem muitos flashbacks envolvendo o elenco infantil também não ajudou muito no desenvolvimento de suas contrapartes adultas, já que o filme os coloca em comparação o tempo todo (mesmo que de modo não intencional).
Outra coisa bacana envolvendo os personagens é que são reveladas informações a respeito deles que seu predecessor não tinha abordado. Isso dá a eles mais profundidade, mas também explica algumas situações e reações: a culpa de Bill ganha um novo significado, assim como Richie e seus (reais) medos são aprofundados – algo que não aconteceu no primeiro filme, em que ele era mais um alívio cômico.
Eu não li o livro, mas sei que o Stephen King estava completamente drogado na época em que escreveu It (o que gerou situações bem polêmicas, tipo a cena de sexo infantil). Não sei avaliar o desfecho do filme, mas sendo alguém que apenas assistiu à adaptação, confesso que esperava um encerramento melhor, uma explicação mais estruturada sobre a Coisa. A maneira como eles a derrotam me pareceu bobinha, não condizente com a ameaça que a criatura tinha sido até então. Enfim…
Eu não odiei It – Capítulo 2, mas dizer que gostei eu também não posso. 😦 Fiquei cansada dos jump scares, achei os efeitos especiais das criaturas bem toscos e senti falta do maior desenvolvimento das emoções dos personagens e de sua ligação. A atmosfera que fez com que eu me apaixonasse pelo primeiro longa não existe aqui e, pra mim, foi isso que fez toda a diferença. Ainda assim, It enquanto obra vale a pena, porque vai além dos argumentos clássicos do terror e abordando muito mais os traumas de infância e os medos que carregamos conosco (muitas vezes) por toda a vida. E vocês, já assistiram It – Capítulo 2? Me contem o que acharam nos comentários!
P.S.: o que dizer da aparição ~Marvel que rolou? Entendedores entenderão. 😛
Título original: It Chapter Two
Ano de lançamento: 2019
Direção: Andy Muschietti
Elenco: James McAvoy, Jessica Chastain, Bill Hader, James Ransone, Jay Ryan (III), Isaiah Mustafa, Bill Skarsgård, Andy Bean