Resenha: Por Que Aceitei Aquele Pedido? – Renata Varela

Oi pessoal, tudo bem?

Para o post de hoje eu trago mais uma resenha nacional. 😀 A autora Renata Varela me procurou lá na página do blog, me propôs a leitura de seu conto, Por Que Aceitei Aquele Pedido? e, é claro, não pensei duas vezes antes de aceitar! \o/

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Sinopse: Lilly não quer se casar. Idealiza uma vida de viagens, liberdade e sem compromissos. Mas não precisa estar sozinha; Não. Don, seu namorado desde os tempos da faculdade, está em seus planos para o futuro, mas como um namorado tranquilo, conhecendo o mundo juntos e morando em apartamentos separados. Só que Don quer outra coisa. Na noite de ano novo, com mais de cinqüenta pessoas de testemunha, Don se ajoelha e… pede Lilly em casamento. Em pânico, sem saber como rejeitar um pedido tão genuíno, ela acaba dizendo “sim”, mas se arrepende profundamente quando percebe que a vida de casada não é para ela, e começa a se fazer a pergunta: Por Que Aceitei Aquele Pedido?

O conto é bem curtinho, dividido em oito capítulos e um epílogo, o que deu bastante fluidez à leitura. Somos apresentados a Lilly, uma jovem que aceitou o pedido de casamento do namorado, Don, mas que tem aversão à vida de casada. A trama se desenrola a partir desse conflito, já que Lilly não sabe o que fazer em relação a essa situação: ela ama o namorado, deseja ficar ao seu lado, mas definitivamente quer uma vida totalmente diferente da dele. Ela é aventureira, deseja viajar o mundo todo, morar no exterior e não se fixar a nada nem ninguém. Don, por sua vez, é totalmente romântico, do tipo que sonha com filhos e uma bela casa com jardim. Após um surto de pânico em seu Chá de Panelas, Lilly decide viajar com a melhor amiga, Rachel, rumo à praia. Lá, ela espera fugir um pouco de toda essa confusão em torno do casamento e dar um tempo à si mesma para encontrar as respostas que precisa.

Logo de cara, pelo nome dos protagonistas, eu pude perceber a ligação da autora com as séries de TV. Foi difícil não lembrar de Friends e How I Met Your Mother ao me deparar com os nomes dos personagens (e, posteriormente, a autora confirma isso ao fazer várias referências a essas e outras séries). Não sou muito fã do uso de muitas referências, pois o leitor que não as conhece pode se sentir confuso, mas como eu sou ABSURDAMENTE fã de Friends (e também adoro How I Met Your Mother), eu gostei de identificá-las. 😀

A Lilly foi uma personagem controversa pra mim. Eu adorei o senso de humor dela e achei a narração – feita em primeira pessoa – muito divertida. Eu até me identifiquei com alguns aspectos, como as mudanças de curso (já que eu também cursei outra área antes de vir para a Publicidade). Contudo, com o passar do tempo, eu comecei a me irritar um pouco com a falta de maturidade dela. Muitos problemas poderiam ser evitados se ela agisse como adulta e fosse honesta. Don, em contrapartida, é um poço de paciência (às vezes até quando a Lilly não merece). Acho que a personagem que mais me cativou foi Rachel: ela tem uma personalidade muito leve e bem-humorada.

O conto tem alguns erros de concordância e digitação, mas eles podem ser facilmente corrigidos com uma revisão mais atenciosa. O ponto forte com certeza é a narrativa. Renata escreve de uma maneira descontraída, e eu me sentia como se fosse uma amiga de Lilly, para a qual ela estivesse desabafando. Era muito fácil ler um capítulo após o outro e tentar imaginar qual seria o fim do casal, já que em nenhum momento dava pra ter certeza a respeito das decisões de Lilly (e até mesmo de Don, já que ele poderia se encher daquela situação).

Por Que Aceitei Aquele Pedido? é aquele conto perfeito pra quem saiu de uma leitura muito densa ou de uma ressaca literária: é leve, descontraído e você lê rapidinho. A escrita da autora é agradável e cativante. Recomendo pra quem adora um romance e pra quem busca uma história bacana e curtinha pra passar o tempo. 🙂

Título original: Por Que Aceitei Aquele Pedido?
Autora: Renata Varela
Editora: Amazon
Número de páginas: 91
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Resenha: Miguel & Manuela – Tony Lucas

Oi gente, tudo bem?

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todas as mensagens carinhosas que recebi no post anterior! Muito obrigada pelos parabéns! ❤
Falando nisso, já estão participando do sorteio de aniversário do blog? 😉
Estou ansiosa pra descobrir quem serão os sortudos que vão levar os prêmios pra casa!

Bom, para o post de hoje eu trouxe uma resenha nacional. 😀 Trata-se de um conto, cedido pelo próprio autor (que, por sinal, também é blogueiro): Miguel & Manuela, do Tony Lucas!

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Sinopse: Miguel e Manuela são diferentes e aparentemente não tinham nada em comum. Mas quando Miguel vê um comentário deixado por Manuela em um videoclipe da banda MS MR, os dois percebem que não só têm gostos parecidos como também têm problemas iguais. Mensagens serão trocadas, telefonemas serão dados e uma forte ligação surgirá entre esses dois. Em uma narrativa embalada por MS MR e que intercala presente e passado, Tony Lucas mostra como a música pode mudar (para melhor) a vida de dois completos estranhos.

Tenho que começar dizendo que adoro narrativas que se dão por meio de mensagens, ligações, e-mails, essas coisas. Minha primeira experiência com esse tipo de leitura foi com @mor, e eu adorei, então fiquei super empolgada com a narrativa de Miguel & Manuela. O livro começa no dia do primeiro encontro do casal, e por meio das diferentes perspectivas (ora de Manuela, ora de Miguel) descobrimos que ela pensou ter levado um bolo, e ele está passando por maus bocados pra chegar ao local combinado. Só aí você já fica super curioso pra descobrir se eles vão conseguir se encontrar. 😛 Além disso, o conto intercala os pensamentos dos protagonistas tanto no dia do encontro como na época em que se conheceram, e também algum tempo depois, com a amizade consolidada. Aliás, me identifiquei muito com a maneira como eles se conheceram: por meio de um comentário em um clipe da MS MR. Eu já fiz muitos amigos virtuais através de chats, Flogão/Fotolog, Orkut, então lembrei da época em que isso era super comum na minha vida.

Um aspecto super bacana da história foi ver como duas pessoas com vidas muito diferentes podem ser tão parecidas. Tanto Manuela quanto Miguel pertencem a classe sociais totalmente distintas e têm acesso a oportunidades bem diferentes, mas ainda assim sofrem de problemas muito semelhantes. Ambos não se sentem compreendidos e sentem que a própria vida não está sob controle. E, é claro, como a música – uma das minhas paixões – pôde criar um laço tão forte entre os dois. Apesar de não gostar muito de longas descrições sobre algo específico (no caso do conto, o clipe Think of You), nesse caso eu pude sentir que era o próprio Tony quem colocava suas emoções na fala dos personagens, demonstrando a paixão pela banda (claro, suposição minha hahaha). Outro aspecto muito positivo é que os capítulos são bem curtinhos e fluidos, então você percebe que já está muito próximo de ler a perspectiva do próximo personagem, e aí a curiosidade para saber o que está acontecendo fala mais alto. 😛 E, por fim, uma ótima sacada do conto é que ele traz uma lição bem clara: sempre há dois lados de uma mesma história. Manuela, acostumada a se decepcionar com as pessoas, já pensou o pior de Miguel: que ele a deixara esperando de propósito. Enquanto isso, Miguel estava passando por um perrengue sem tamanho para conseguir chegar a ela. Fica aquele lembrete de que é sempre bom ouvir o que o outro tem a dizer primeiro, antes de sair tirando conclusões precipitadas. 🙂

Alguns aspectos negativos no conto me incomodaram um pouquinho, mas nada grave: percebi alguns erros de revisão (principalmente vírgulas e acentuação), mas acredito que uma nova revisão com mais calma já resolva todos esses pequenos probleminhas. Eu também não sou muito chegada em merchandising (não que tenha sido a intenção), mas não curto muito quando os personagens ficam nomeando e elogiando um filme específico, um livro, um ator etc., como ocorreu no conto. Sinto um clima meio novela da Globo, sabem? Claro, exceto quando esse “objeto” é de extrema importância pro personagem ou pra história, como o MS MR é para os personagens. Aí não me incomoda. 😛

Eu gostei muito de Miguel & Manuela e pude perceber que Tony tem uma fluidez narrativa que tornou a leitura muito prazerosa. A história é fofa, o desenvolvimento dos personagens é ótimo dentro de um número de páginas limitado e eu gostei muito do que li. O Tony tem talento e acho que Miguel & Manuela poderia facilmente virar um livro. 😛 Leiam, vale a pena!

Título Original: Miguel & Manuela
Autor: Tony Lucas
Editora: Independente
Número de páginas: 52
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Resenha: Coração Artificial – Viviane L. Ribeiro

Oi gente! Tudo bem?

O post de hoje é super especial, pois trata-se da resenha de um livro de uma parceira do blog, e também do 100º post do Infinitas Vidas! \o/ Estou falando de Coração Artificial, da querida Viviane L. Ribeiro! ❤ A Viviane me procurou há alguns meses, me oferecendo essa leitura, e eu estou muito feliz por poder contar pra vocês as minhas impressões sobre ela! 😀

capa coração artificial viviane l ribeiro

Sinopse: Gabriel é filho de um importante magnata da indústria de órgãos artificiais, e Alicia é apenas uma estudante inteligente o bastante para ter uma bolsa de estudo na mesma faculdade privada que Gabriel frequenta. O fato é que eles nunca teriam se conhecido se Gabriel não tivesse parado para ajudar Alicia com seus livros e muito menos se aproximado tanto se não a tivesse visto cantar em um bar numa noite. Então acontece um acidente de carro. E estranhamente as pessoas próximas a eles estão tentando mantê-los afastados, e enquanto isso, eles vivem a vida naturalmente, acreditando que o acidente não trouxe nenhuma consequência para suas vidas. Mas a verdade é que estão completamente errados.

Já pela sinopse eu fiquei curiosa com Coração Artificial. Li algumas resenhas e sempre ficava intrigada, querendo saber o que afastaria Gabriel e Alícia após o dito acidente. Bolei algumas teorias – algumas eu acertei, outras não. Mas posso dizer que nada me preparou para o final.

O livro começa nos apresentando Gabriel, o protagonista e narrador. Descobrimos que ele é extremamente rico e que seu pai é um bioengenheiro importante, envolvido nos estudos com órgãos artificiais. O relacionamento entre os dois é muito complicado, pois o pai impõe a Gabriel todas as suas escolhas: onde o rapaz deve estudar, o que deve cursar, com quem deve se relacionar, o que precisa fazer. Isso somado ao fato do garoto ter sido abandonado pela mãe na infância, sem nem ao menos saber a razão. As mágoas que o protagonista carrega são inúmeras, mas ele age como se não ligasse pra nada disso. Gabriel se esforça pra passar uma imagem de frieza e indiferença, utilizando isto como escudo. As amizades de Gabriel também não são sólidas, e o protagonista encontra nas corridas clandestinas (os “rachas”) a sua válvula de escape. Ele foge dos problemas por meio da adrenalina, o único fator que causa algum tipo de empolgação em sua vida. Até conhecer Alícia.

Alícia é uma bolsista da Faculdade de Villa Nova, onde Gabriel e seus amigos estudam. Os dois se conhecem por acaso, após Gabriel ajudá-la com uns livros que caíram no chão. O interesse do rapaz na moça só ocorre quando ele a vê cantando em um bar. A música é a paixão oculta de Gabriel, que seu pai insiste em oprimir. E vendo Alícia cantar, ele sente uma necessidade incontrolável de se aproximar dela. A partir dessa aproximação, os dois iniciam um “relacionamento” que é interrompido por um acidente de carro. Após o acidente, tudo fica ainda mais delicado e misterioso. Obviamente eu não vou contar os motivos, vocês terão que ler pra descobrir! 😛

Se eu tiver que escolher um personagem favorito, diria que é Alícia – ainda que eu desaprove a maneira como ela é omissa perante os erros de Gabriel. Ela é determinada, luta pelo que quer e provoca verdadeiras mudanças na vida de Gabriel. Aliás, aproveitando o ensejo, não sou muito fã dele. Eu não gosto da maneira fria e indiferente que o personagem a trata, mas ao mesmo tempo eu sinto um conflito em relação a essa antipatia por saber o que ele realmente pensa, o quanto ela o muda e o quanto isso é importante pro crescimento dele. Por mais que eu não seja a maior admiradora do Gabriel, eu gostei de ver que Viviane escreveu um livro cheio de personagens imperfeitos. Reais. Que poderiam agir daquela maneira fora das páginas, porque o mundo é cheio deles.

Eu não posso fazer uma resenha honesta sem apontar os problemas do livro, até porque eles me incomodaram. O primeiro, e mais gritante, são os erros de concordância (e, em alguns casos, gramática). Por diversas vezes eu tive que “substituir” mentalmente palavras ou expressões que não estavam corretas para que a leitura pudesse fluir. Viviane escreve muito bem e sabe desenvolver a história de maneira a prender a atenção do leitor, mas acredito que o livro teria ficado ainda melhor com uma revisão mais caprichada. O segundo ponto do qual não gostei muito foi a queda de ritmo da narrativa, que acontece lá pelo meio do livro. Durante o desenvolvimento da história e dos personagens, o livro acaba ficando um pouco enrolado, e como eu estava vidrada nas primeiras páginas, isso me desanimou um pouco. Felizmente, mais pro final do livro o ritmo intensifica novamente e muitas coisas importantes acontecem, o que me deixou muito mais satisfeita. Outro aspecto que eu notei é que a capa não traz os personagens conforme a descrição do livro (Alícia, por exemplo, tem cabelos cacheados e volumosos), mas isso é mais um detalhe mesmo.

Falando sobre o final do livro: como eu disse antes, bolei diversas teorias na minha cabeça. O que era mais previsível eu acertei, mas eu errei pelo menos duas ou três vezes em relação ao final. Ele me pegou totalmente desprevenida e me deixou com um nó na garganta que demorou a se desfazer. E eu amei cada detalhe! Eu amei como a Viviane conduziu a história até aquele ponto, e como tudo fez sentido, e como tudo se encaixou. Palmas pro final! Eu adoro quando o desfecho de um livro é coerente – ainda que eu não quisesse que certas coisas acontecessem. Eu gosto de ver que o autor levou sua história de maneira coesa ao ponto final, fechando com chave de ouro aquilo que construiu. E a Viviane fez isso muito bem. A única coisa que eu gostaria que fosse um pouquinho diferente, talvez, seria no epílogo (se você quiser saber o motivo, selecione o trecho a seguir: eu gostaria de saber mais sobre o que acontece entre o capítulo da tempestade, em que Gabriel e Alícia ficam sozinhos e se beijam na casa da mãe dele, e o epílogo, em que ele conta que os dois últimos capítulos foram devaneios da cabeça dele. Acho que pulou muito rápido do “está tudo bem, estamos voltando” pro final de verdade).

Resumindo, Coração Artificial foi uma ótima surpresa! Eu agradeço imensamente à Viviane L. Ribeiro por ter confiado no meu trabalho e ter me permitido conhecer um pouco mais sobre o imperfeito Gabriel e a sonhadora Alícia. É uma leitura super recomendada, especialmente pra quem busca não apenas um romance, mas uma história sobre mudanças. 😀

Título Original: Coração Artificial
Autor: Viviane L. Ribeiro
Editora: Multifoco
Número de páginas: 309