Oi, pessoal! Tudo bem?
A resenha de hoje trata-se de mais uma releitura super especial: O Pequeno Príncipe! O timing foi ótimo, porque fiz aniversário sexta-feira, e eu geralmente fico reflexiva quando essa data se aproxima. 😛 E, se tem uma história que nos faça refletir, é O Pequeno Príncipe. Se o filme já foi capaz de me emocionar como poucos, uma segunda leitura do livro fez isso com maestria. ❤
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Sinopse: Um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. E ali, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida.
O Pequeno Príncipe dispensa apresentações, né? Quase todo mundo já conhece a história do aviador que só sabe desenhar cobras vistas por dentro e cobras vistas por fora, que caiu no deserto e acabou conhecendo uma criança de cabelos dourados e riso encantador, criança esta que mora num planetinha minúsculo (o asteroide B612) onde crescem baobás e onde vive a rosa mais especial do mundo. Eu não li esse livro pela primeira vez na infância, mas sim há poucos anos. Ainda assim, tive um gostinho completamente diferente lendo pela segunda vez.
Antoine de Saint-Exupéry “disfarça” de livro infantil uma história que faz qualquer adulto chorar. Com metáforas para diversas situações que todo mundo já passou ao longo da vida – se apaixonar, cativar alguém, fazer amizades, ter que se despedir, sentir saudades de casa, entre outros sentimentos -, é muito difícil não se sentir tocado pela história. As representações de tipos humanos também mexem com o leitor, porque apesar da linguagem delicada, são extremamente reais. Durante suas viagens, o Pequeno Príncipe conhece um rei que não governa ninguém – mas que ensina que não podemos cobrar dos outros aquilo que eles não podem dar; um vaidoso que só se importa com aplausos e atenção, mas que não tem o afeto de ninguém; um bêbado que se envergonha de beber e, por isso, bebe mais; um homem de negócios tão preocupado em contabilizar estrelas e ganhar mais dinheiro com elas que não dá importância para o que realmente importa, entre outros. Dessas viagens, o diálogo que mais gosto é o que ele tem com o rei. É um capítulo que nos leva a refletir sobre o quê estamos cobrando das pessoas e se elas têm condições de nos dar o que estamos pedindo, além de mostrar que autoridade tem a ver com coerência e sabedoria.
Depois de visitar diversos pequenos planetas, o Pequeno Príncipe chega à Terra. Aqui ele faz sua primeira amiga, a raposa. E ela ensina a importância de cativar e que o essencial, o que realmente importa, é invisível aos olhos. Afinal, “só se vê bem com o coração”. 🙂 Durante a construção da amizade com a raposa, o Pequeno Príncipe entende porque a rosa que deixou em seu planeta é tão especial: ela é única e foi ela quem conquistou o seu amor. Por mais que existam outras rosas pelo mundo, foi da sua rosa que ele cuidou e dedicou tempo e atenção. E isso porque ela o cativou. E, uma vez que você é cativado por alguém, é muito difícil dizer adeus. Por isso foi tão sofrido para o Pequeno Príncipe se despedir de sua rosa e de sua nova amiga, a raposa. Mas todas essas despedidas foram necessárias para que ele compreendesse seu sentimento e amadurecesse, para então decidir retornar à sua casa e reencontrar sua rosa.
O final do livro é bastante triste e até pesado. Com a ajuda de uma serpente, o Pequeno Príncipe consegue voltar para casa. É um final aberto a interpretações e ao otimismo de cada um. Particularmente, eu enxergo que o espírito do Pequeno Príncipe precisava voltar pra casa, por isso não poderia levar consigo uma casca tão pesada quanto o corpo. As alegorias da morte são infinitas, cabe a cada um decidir como vai encarar essa questão.
Sobre a edição: li a versão da editora Geração, que tem uma nova tradução e revisão. Os diálogos não utilizam a pessoa “tu” e sua conjugação verbal, mas sim “você”. Apesar de tornar a linguagem mais fácil, eu estranhei um pouco (sempre lembro da frase “se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz”). Existe a versão de luxo em capa dura e a versão pocket, que foi a que eu li. A capa é linda, cheia de detalhes em dourado e, além das ilustrações do autor, cada folha é decorada. As páginas que iniciam os capítulos são coloridas e incríveis. ❤ No final, temos também uma biografia do autor, que também foi piloto de avião e sobreviveu a duas quedas, sendo uma delas no deserto.
Bom, por se tratar de uma obra extremamente conhecida – acho que todos vocês já devem ter lido ou pelo menos visto algumas quotes famosas – eu preferi me deter nas coisas que mais me marcaram nessa segunda leitura do livro. Resumidamente, O Pequeno Príncipe fala sobre responsabilidade, sobre comprometimento, sobre amor, sobre amizade e sobre muitas coisas que nós esquecemos que são importantes. É um ótimo livro infantil, mas é ainda melhor quando lido na fase adulta, porque, com suas palavras gentis, ele nos dá um tapa na cara e nos faz acordar para o que é importante. O Pequeno Príncipe é singelo e inesquecível, e é sempre uma leitura obrigatória, não importa quantas vezes você já tenha lido. ❤
Título Original: Le Petit Prince
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Editora: Geração
Número de páginas: 128
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