Oi pessoal, tudo bem?
No ano passado eu contei aqui no blog todas as inquietações e reflexões provocadas pela leitura de O Conto da Aia. 2019 me trouxe a oportunidade de revivê-las por meio de uma graphic novel maravilhosa (e, em breve, com a continuação da história, Os Testamentos). Hoje eu mostro pra vocês alguns detalhes da versão ilustrada desse livro que precisa ser lido por todo mundo. Vem ver!
Sinopse: Tudo o que as Aias usam é vermelho: como a cor do sangue, que nos define. Offred é uma aia da República de Gilead, um lugar onde as mulheres são proibidas de ler, trabalhar e manter amizades. Ela serve na casa do Comandante e de sua esposa, e sob a nova ordem social ela tem apenas um propósito: uma vez por mês, deve deitar-se de costas e rezar para que o Comandante a engravide, porque em uma época de declínio da natalidade, Offred e as outras Aias têm valor apenas se forem férteis. Mas Offred se recorda dos anos anteriores a Gilead, quando era uma mulher independente, com um emprego, uma família e um nome próprio. Hoje, suas lembranças e sua vontade de sobreviver são atos de rebeldia. Provocante, surpreendente, profético. O conto da Aia é um fenômeno mundial, já adaptado para cinema, ópera, balé e uma premiada série de TV. Nessa nova versão em graphic novel, com arte arrebatadora de Renée Nault, a aterrorizante realidade de Gilead é trazida à vida como nunca antes.
Não é fácil adaptar um livro denso em uma história em quadrinhos. O Conto da Aia é narrado em primeira pessoa por Offred, uma Aia, cujo fluxo de pensamento não é linear. Enquanto rememora o passado e tenta reconstruir o passo a passo vivido pela sociedade para chegarem até onde estão, Offred também narra o presente opressivo no qual vive. E apesar de não ser fácil retratar essas idas e vindas de maneira clara, a graphic novel consegue fazer isso mantendo a fluidez da narrativa. Algumas ilustrações falam por si só, com frases mais soltas que retratam a desconexão das memórias de Offred – bem como sua tentativa de se desconectar com o próprio corpo, para tornar a vida mais suportável.
Porém, obviamente, nem todos os detalhes da obra original têm espaço na graphic novel (não quero dar spoilers, mas tem um relacionamento importante, especialmente pelo caráter afrontoso, que ganha pouco espaço na HQ). Esse aspecto não chega a atrapalhar a condução da história, e mesmo o controverso (e chocante) epílogo aparece na graphic novel, ainda que de maneira condensada. É normal que algumas coisas precisem ser deixadas de fora quando uma obra é adaptada para os quadrinhos, e nesse caso os principais fatos foram mantidos e a história permaneceu coesa. Entretanto, a narrativa de Margaret Atwood é ímpar, e vale a pena conferir a obra original para absorver toda a intensidade de O Conto da Aia.
Por último, mas não menos importante: a edição em si está incrível. A capa é aveludada, há um marca-páginas acetinado e as laterais das páginas trazem um pattern floral lindo. Não poderia deixar de mencionar o vermelho, cor marcante da obra (a cor das Aias), que faz parte de todos esses detalhes que mencionei. E o que dizer das ilustrações? Renee Nault usa a aquarela e o vermelho vibrante como pilares em toda a graphic novel. O traço da artista é muito bonito e cada virar de página merece uma atenção especial, para absorver cada detalhe.
O Conto da Aia: Graphic Novel é uma obra imperdível pra quem já é apaixonado pela obra de Margaret Atwood, pela série The Handmaid’s Tale ou pra quem quer ter um primeiro contato com essa história impactante e necessária. Recomendo mil vezes! ❤
Título Original: The Handmaid’s Tale: Graphic Novel
Autor: Margaret Atwood e Renee Nault
Editora: Rocco
Número de páginas: 240
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