Oi galera, tudo certo?
A resenha de hoje trata-se do primeiro livro recebido em parceria com a Editora Rocco: Clube da Luta Feminista, da jornalista Jessica Bennett! 💪
Sinopse: Contratada para assumir a recém-criada editoria de gênero do The New York Times, a jornalista Jessica Benett constrói um guia incisivo e irônico de como sobreviver ao sexismo no ambiente de trabalho em Clube da Luta Feminista. Mesclando experiências pessoais e de outras mulheres e conselhos nada politicamente corretos com pesquisas e estatísticas sérias, Bennett oferece dicas valiosas e bem-humoradas para a mulher enfrentar o machismo na sociedade atual e combater o terreno minado e muitas vezes sutil do preconceito no ambiente corporativo. Com projeto gráfico moderno, repleto de ilustrações e esquemas divertidos, o livro fala tanto dos desafios externos enfrentados pelas mulheres cotidianamente, quanto dos comportamentos arraigados e autossabotadores delas próprias no dia a dia do escritório, sempre num tom informal e sarcástico.
Mesmo não sendo uma grande fã de obras de não-ficção, quando vi a temática desse livro não hesitei em solicitá-lo à editora. E que acerto foi ter tomado essa decisão, viu? Jessica Bennett, com uma acidez deliciosa e um bom humor envolvente, começa seu livro explicando a origem do Clube da Luta Feminista (o CLF). Mulheres entre 20 e 40 anos reuniam-se em um apartamento para reclamar sobre as frustrações profissionais e, juntas, perceberam que suas vivências eram muito similares: era um cara que roubava suas ideias, uma promoção dada a um colega homem, uma piadinha machista no ambiente de trabalho. A partir disso, a autora nos leva a refletir sobre como o machismo institucionalizado é sutil nos dias de hoje. Se antes essas atitudes eram escancaradas, agora a dificuldade está em reconhecê-las, pois elas fazem com que nós, mulheres, questionemos: “será que isso aconteceu? Será que exagerei?”.
Com essa reflexão, Jessica Bennett nos apresenta aos diversos tipos de inimigos no ambiente de trabalho. Temos o Mansplainer (o cara que acha necessário explicar tudo à mulher de modo condescendente e pedante); o Bropropriator (o colega que toma para si uma ideia de uma mulher); o Fiscal da Menstruação (aquele inconveniente que atribui qualquer stress ou fala agressiva da mulher – que muitas vezes pode ser oriunda de incompetência de colegas no ambiente de trabalho – à TPM), entre muitos outros. Além de apresentá-los, a autora propõe diversas formas de combatermos e vencermos essas situações constrangedoras no dia a dia profissional.
Mas Jessica Bennett também aborda uma questão fundamental: como nós, mulheres, nos autossabotamos. Histórica e socialmente, as mulheres não foram incentivadas tanto quanto os homens a serem ambiciosas, confiantes e independentes. Consequentemente, é um desafio para nós nos impormos e garantirmos nosso espaço quando homens naturalmente sentem que sua autoridade é validada. Nessa segunda parte da obra, a autora reflete essa autossabotagem feminina, com dicas práticas e empoderadoras. Sério, se você é uma mulher inserida no mercado de trabalho, você vai se identificar com essas situações. Sabe quando você ri de nervoso por enxergar uma semelhança que não gostaria? Me senti dessa forma lendo algumas atitudes prejudiciais que não apenas eu, mas muitas profissionais mulheres acabam tomando. Por outro lado, foi extremamente confortador perceber que isso acontece com muitas de nós. O sentimento é de acolhimento e compreensão, o que é sempre muito bem-vindo. Aliás, um dos maiores ensinamentos do livro é: mulheres, unam-se. Cresçam e ajudem outras mulheres a crescerem com vocês. Sejam impulso para outras mulheres.
Com dicas práticas, exemplos reais, ilustrações divertidas e MUITOS dados (durante a leitura eu fiquei me questionando de onde a autora tirava suas informações, até que vi ao fim do livro as referências), Jessica Bennett aborda um tema extremamente atual de modo leve, irônico e envolvente. Ao expor as diversas formas de sexismo sutil que as mulheres enfrentam diariamente no ambiente corporativo, a jornalista nos mune não apenas de conhecimento para saber que sim, isso ocorre, e não, não estamos loucas, mas também de coragem para enfrentar essas situações. Além disso, a edição está extremamente caprichada, com excelente revisão, diagramação confortável e miolo da capa e da contracapa cor de rosa hahaha! ❤
Clube da Luta Feminista já se tornou uma das melhores leituras desse ano e eu recomendo fortemente, especialmente se você é mulher e já está inserida no mercado de trabalho. Mas homens, não se acanhem: o livro é excelente pra vocês nos compreenderem (e se unirem à nossa luta) também. 😉
Título Original: Feminist Fight Club: A Survival Manual for a Sexist Workplace
Autor: Jessica Bennett
Editora: Fábrica231 (selo da Editora Rocco)
Número de páginas: 336
Gostou do livro? Então adquira seu exemplar aqui e ajude o Infinitas Vidas! ❤