Oi pessoal, tudo bem?
Quem Era Ela estava no meu radar de leituras há mil anos, mas acabei conhecendo a história por meio da sua adaptação em minissérie. Hoje divido minha opinião sobre essa produção com vocês!
Sinopse: Uma mulher se apaixona por um arquiteto e tem uma estranha premonição sobre sua casa, quando descobre que outra mulher morreu ali.
Jane é uma mulher que passou por um terrível trauma pessoal e decide se mudar para começar seu processo de cura. Ao ser aprovada em um rígido “processo seletivo” para morar na Folgate Street, Nº 1 – uma casa minimalista projetada por um arquiteto de renome –, Jane sente que finalmente terá seu recomeço. Só que, morando na casa, ela começa a se sentir desconfortável ao perceber as inúmeras interações tecnológicas que parecem vigiá-la. Ao mesmo tempo, ela descobre que a inquilina anterior morreu na residência e, para completar o estranho panorama, ela se aproxima do tal arquiteto, Edward. Aos poucos Jane fica em dúvida do papel desse homem tão misterioso nos acontecimentos trágicos da casa, e começa a investigar tudo que aconteceu ali.
Quem Era Ela transcorre em duas timelines diferentes: a de Jane e a de Emma, a garota que morreu. Na história de Emma, descobrimos que ela se mudou para a casa com Simon, seu então noivo. A jovem também tem seus traumas e segredos, buscando na casa consolo e também status. Assim como Jane, Emma se vê envolvida pelo mistério e charme de Edward, rompendo com Simon e entrando de cabeça nesse novo relacionamento. Em ambas as linhas do tempo, a série nos apresenta a um Edward metódico, agindo inclusive da mesma forma com ambas as mulheres. É óbvia a tentativa do roteiro de deixar claro o quão problemático é esse comportamento, já que Edward também tem traços controladores não só na casa que projetou, mas em sua vida pessoal também.
A premissa de Quem Era Ela sempre me interessou muito, mas a execução da minissérie se revelou decepcionante. Achei o andamento dos episódios morno e, além de tudo, o roteiro inverossímil. Não consegui engolir o encantamento das duas personagens por Edward, mas especialmente o de Jane (já que Emma era mais bobinha e imatura mesmo). A personagem desconfia dele, se sente desconfortável com o que passa a descobrir na casa e, mesmo assim, entra em um relacionamento com o arquiteto. Why, God? Esse tipo de atitude me faz querer gritar com a personagem e xingá-la por não ter um único neurônio operante na cabeça.
Emma, a personagem por quem deveríamos sentir empatia, é alguém bem difícil de engolir. Carente, chata e dependente, a forma como ela se apoia em Edward é meio deprimente. Isso faz com que metade do enredo – que foca nela – seja difícil de assistir. Jane pelo menos tem um senso de autopreservação e, ao mesmo tempo que se relaciona com Edward, resolve investigá-lo, bem como a planta da casa em si.
A casa por si só é um personagem bem assustador. Ela não é só minimalista: ela é sem vida, sem alma, sem aconchego. Existem regras inegociáveis para morar nela: você não pode redecorá-la, você não pode beber no sofá, você não pode fazer isso, você não pode fazer aquilo. Como chamar um espaço assim de lar? Ela é toda tecnológica e faz tudo por comando de voz (o que encanta Emma, por exemplo, que quer exibir o sucesso pros amigos), mas aos poucos vai ficando doentio o fato de que a casa pergunta coisas cada vez mais pessoais e determinantes para o morador, como seu posicionamento político, crenças e valores pessoais. Cadê a LGPD pra barrar esse projeto? 🗣️
Queria dizer pra vocês que gostei de Quem Era Ela, mas a verdade é que minhas expectativas foram bastante frustradas. Gostei apenas do final, em que Jane toma uma atitude muito bacana em relação a si mesma, protegendo seus interesses e respeitando o seu momento. Apesar de não ter sido um final “comercial de margarina”, ele foi bem otimista, dado tudo que aconteceu. Infelizmente, já tirei o livro da minha wishlist de leituras, porque não fiquei morrendo de vontade de conferir essa história de novo. E vocês, já leram ou assistiram? Se sim, quero saber o que acharam nos comentários!
Título original: The Girl Before
Ano de lançamento: 2021
Direção: Lisa Brühlmann
Elenco: Gugu Mbatha-Raw, David Oyelowo, Jessica Plummer, Ben Hardy