Oi pessoal, tudo bem?
Começo esse post desejando um feliz Ano Novo a todos, cheio de esperanças renovadas, muita saúde e #ForaBolsonaro. ❤ Espero que tenham passado uma boa virada ao lado de quem vocês amam!
Pra começar 2022, ainda que o timing esteja um pouco atrasado, gostaria de compartilhar uma dica imperdível da Netflix: Arcane, uma série de animação impecável que, por sinal, é baseada nos personagens de League of Legends. E por que digo isso de forma tão casual? Pra não te assustar caso você não goste do jogo: a série não depende nadinha de conhecimentos acerca dele e você não precisa ser gamer pra gostar. 😉 Bora lá?

Sinopse: Em meio ao conflito entre as cidades-gêmeas de Piltover e Zaun, duas irmãs lutam em lados opostos de uma guerra entre tecnologias mágicas e convicções incompatíveis.
A trama de Arcane é focada na rica Piltover, conhecida como a Cidade do Progresso, e sua antítese, a Subferia – uma parte subterrânea da cidade deixada à própria sorte pelos governantes de Piltover. Em ambas as cidades, existem tramas que vão se desenvolvendo paralelamente até se encontrarem e darem início a combates cada vez mais ferrenhos entre elas. Em Piltover, acompanhamos principalmente uma dupla de cientistas (Jayce e Viktor) tentando provar que é seguro usar magia atrelada à tecnologia, no que eles chamam de Hextec. Seu mentor, Heimerdinger, é o principal oponente dessa ideia, porque sabe dos perigos de colocar algo com potencial tão destrutivo nas mãos humanas. Enquanto isso, na Subferia, acompanhamos a ascensão de Silco, um homem determinado a conquistar independência para a região, transformando-a numa própria cidade chamada Zaun. É nesse contexto que conhecemos as duas protagonistas mais marcantes de Arcane: Vi e Powder (ou Jinx).

As duas são irmãs cujos pais morreram numa batalha entre a Subferia e Piltover, mas foram acolhidas pelo gentil Vander, que “comanda” a Subferia com temperança. Quando Silco ascende na região, uma sequência de eventos afasta Vi de Powder, o que dá a Silco a oportunidade de usar o trauma da mais nova (que a leva à beira da insanidade) para transformá-la em Jinx. A partir dessa ruptura, Vi sofre diariamente pelo arrependimento de ter brigado com a irmã, querendo tê-la de volta, enquanto Jinx se vincula de forma intensa a Silco, encontrando um pai substituto nele. Existe uma passagem de tempo entre o início da série, em que as duas são crianças, para a metade final, em que já são adultas, e a transição de Arcane é muito bem feita para que o espectador entenda como elas chegaram onde chegaram. Minha única exceção, e é um ponto de que não gostei, foi a mudança abrupta de Powder para Jinx, que subitamente aceitou como seu mentor o homem que destruiu sua família e seus amigos – mesmo que ela seja desequilibrada mentalmente, me soou forçado, já que nos primeiros episódios ela não demonstra ser alguém desequilibrada a esse ponto. Sim, dá pra ver que ela tem problemas, mas aceitar Silco como seu novo “pai”? Depois de tudo que ele fez? Pra mim, não rolou.

Vale pontuar também que Arcane é uma série visualmente impecável. O traço é maravilhoso e as cores me lembram pintura a óleo, com pinceladas marcadas e uma singularidade que confere muita personalidade à obra. As cenas de luta são bem coreografadas e a animação é fluida, o que torna cada episódio muito bom de assistir. É muito bacana ver as discrepâncias entre Piltover e a Subferia: enquanto a primeira é brilhante, cheia de tons claros, com pessoas bem vestidas e cenários deslumbrantes, a segunda é marcada por tons de preto, roxo e cinza, com muita escuridão, sujeira e contraste. A “fotografia” (entre aspas porque né, é uma animação) dá o tom certo pra ficarem nítidas as desigualdades entre os dois locais.

O plot de Piltover foi o que menos me agradou. Jayce é um personagem muito do chatinho, bem sapatênis mesmo, e a sua luta para fazer a tecnologia Hextec acontecer simplesmente não dialogou comigo. Há em seu plot algumas maquinações políticas que até produzem alguma reviravolta, mas eu fiquei muito mais intrigada pela trama de seu melhor amigo, Viktor. Tão brilhante quanto Jayce, Viktor tem o azar de estar com os dias contados devido a uma doença, e coloca suas esperanças na tecnologia Hextec. Como eu já joguei League of Legends, sei que ele é um personagem jogável bem diferente, então fiquei muito curiosa pra ver como seria seu desenrolar.

Gostei muito da trama da Vi e da Jinx, ainda que eu já tenha dito ali em cima o que não gostei na transformação da segunda. Mas, na busca da irmã mais velha por resgatar a mais nova, vale comentar sobre outra personagem: Caitlyn, uma jovem policial de Piltover que deseja resolver um caso envolvendo a Subferia e acaba se tornando aliada de Vi. As duas têm uma química fortíssima e pra mim já são o shipp do momento. ❤ Cait é uma jovem muito responsável, corajosa e determinada, e traz um pouco de prudência à personalidade explosiva e impulsiva de Vi.

Arcane é uma série tecnicamente impecável e com um roteiro que te prende do início ao fim. Tanto pra quem gosta quanto pra quem não gosta de League of Legends, digo sem sombra de dúvidas que é um play muito bem dado na Netflix. E eu duvido que você não fique com a música de abertura na cabeça (de autoria do Imagine Dragons) por alguns dias depois de começar a assistir. 😛
Título original: Arcane
Ano de lançamento: 2021
Criação: Christian Linke, Alex Yee
Elenco: Hailee Steinfeld, Ella Purnell, Kevin Alejandro, Jason Spisak, Harry Lloyd, Katie Leung