Resenha: Vermelho, Branco e Sangue Azul – Casey McQuiston

Oi pessoal, tudo bem?

Prontos pra uma dica bem amorzinho, daquelas que prometem aquecer o coração? Então bora que hoje vou dividir minha opinião sobre um queridinho da blogosfera: Vermelho, Branco e Sangue Azul.

Garanta o seu!

Sinopse: O que pode acontecer quando o filho da presidenta dos Estados Unidos se apaixona pelo príncipe da Inglaterra? Quando sua mãe foi eleita presidenta dos Estados Unidos, Alex Claremont-Diaz se tornou o novo queridinho da mídia norte-americana. Bonito, carismático e com personalidade forte, Alex tem tudo para seguir os passos de seus pais e conquistar uma carreira na política, como tanto deseja. Mas quando sua família é convidada para o casamento real do príncipe britânico Philip, Alex tem que encarar o seu primeiro desafio diplomático: lidar com Henry, irmão mais novo de Philip, o príncipe mais adorado do mundo, com quem ele é constantemente comparado ― e que ele não suporta. O encontro sai pior do que o esperado, e no dia seguinte todos os jornais do mundo estampam fotos de Alex e Henry caídos em cima do bolo real, insinuando uma briga séria entre os dois. Para evitar um desastre diplomático, eles passam um fim de semana fingindo ser melhores amigos, e não demora para que essa relação evolua para algo que nenhum dos dois poderia imaginar ― e que não tem nenhuma chance de dar certo. Ou tem?

O livro é narrado em terceira pessoa e é focado na perspectiva de Alex, filho da presidenta dos Estados Unidos, que nutre uma rivalidade meio desproporcional com o príncipe da Inglaterra, Henry. O jeito perfeitinho do príncipe, seu cabelo sedoso, sua pose de quem tem tudo sob controle… tudo isso enerva Alex, que, apesar do talento nato para a política, tem também uma veia rebelde evidente. E essa veia se sobressai no casamento do irmão de Henry, para o qual a família da presidenta é convidada, e na qual Alex decide provocar o príncipe até que os dois se envolvam em um acidente envolvendo a queda de um bolo de casamento caríssimo no chão e uma crise de Relações Públicas estampada nos jornais. É aí que a coisa fica interessante: a mando de ambos os governos, os dois precisam fingir ser melhores amigos pra controlar os estragos feitos no casamento, e essa aproximação forçada vai acabar mostrando a Alex que o príncipe tem muito mais camadas do que transparece – assim como ele próprio.

Vermelho, Branco e Sangue Azul é um enemies to friends to lovers. 😂 E pra mim isso é muito bacana porque a relação dos dois protagonistas vai sendo construída aos poucos, dando tempo ao leitor para compreender a mudança de sentimentos, ou melhor, a compreensão de sentimentos. Enquanto Henry não demora a revelar sua orientação sexual a Alex, identificando-se como um homem gay, o Primeiro-Filho encontra-se numa posição menos clara sobre si mesmo. Ao ser beijado por Henry em um evento na Casa Branca, Alex coloca tudo que vivenciou até aquele momento sob uma nova lente: as experiências sexuais exploratórias com o amigo da escola (que ele considerava apenas consequência dos hormônios), a forma como ele se pegava observando alguns amigos no vestiário, seu interesse meio obsessivo em uma revista adolescente de sua irmã na qual Henry aparecia e até sua rivalidade meio unilateral em relação ao príncipe. O processo de (re)descoberta de Alex acerca de sua sexualidade – e seu entendimento como homem bissexual – é trabalhado de forma muito positiva e dá espaço não apenas para questionamentos, mas para aceitação.

Esse é um tópico importante em Vermelho, Branco e Sangue Azul. A aceitação da sexualidade pelos entes queridos é trabalhada das duas formas bem opostas: enquanto Alex encontra apoio daqueles que o cercam (o que é sempre positivo quando falamos de literatura jovem), Henry lida com a pressão inenarrável de não poder ser quem ele é. Tanto sua avó, a rainha, quanto seu irmão mais velho deixam claro que qualquer modelo desviante do tradicional não será tolerado, afinal, a família real precisa manter as aparências e gerar herdeiros. Além disso, Henry perdeu o pai aos 18 anos e desde então sua mãe vive o luto de forma muito isolada, o que faz com que o personagem possa contar apenas com a irmã mais velha, Bea. Esse cenário já mostra como Henry é solitário, certo? Ao longo das páginas Alex percebe isso também. Ele sente a dor do príncipe tanto quanto nós, leitores, assim como também deseja guardá-lo num potinho e protegê-lo de todo mal. É muito triste ver as crises de ansiedade pelas quais Henry passa e a pressão que ele sofre para cumprir um papel social que suprime toda a sua personalidade e espontaneidade. Tudo isso torna  compreensível o porquê dele demorar a se entregar totalmente a Alex: Henry primeiro enfrenta um medo muito grande de não ser correspondido, e depois, quando é, passa a ter medo desse amor ser tirado dele.

Com o passar das páginas, os dois obviamente se apaixonam e o relacionamento que eles constroem é a coisa mais linda de se ler. Alex é uma força da natureza e impulsiona Henry das mais variadas formas, principalmente a acreditar em si mesmo e que ambos podem fazer o relacionamento dar certo apesar de tudo. Confesso pra vocês que iniciei o livro sem gostar tanto do Alex – ele inicia a trama de modo meio prepotente e arrogante –, mas terminei a leitura sendo cadelinha demais dele. ❤ Já Henry conquistou meu coração de primeira, porque sua doçura e sensibilidade fazem dele alguém por quem você se afeiçoa e deseja a mais pura felicidade.

Além do romance, o livro tem várias passagens divertidas, especialmente quando os personagens secundários são envolvidos. Alex e Henry são pessoas de poucos amigos, mas os que eles têm são sensacionais e valem por mil. June (irmã de Alex) e Nora (neta do vice-presidente dos EUA) são inseparáveis e são as pessoas por quem Alex se atiraria na frente de um trem. A amizade dos três é maravilhosa e a personalidade de cada um se complementa de modo muito legal. Henry, por sua vez, conta com a já mencionada Bea, sua irmã, e com o carismático Pez, seu melhor amigo. Ele é a diversão em pessoa, e quando se junta a June e Nora, tudo se torna possível. Eu adorei todas as cenas em que o grupo estava junto, porque foi um alívio em meio ao caos poder ver os personagens principais se divertindo enquanto sofriam com as dificuldades de manter seu amor em silêncio pra não gerar nenhuma crise política.

Aliás, a parte política do livro foi meu aspecto “menos favorito”, digamos assim. Acho a política norte-americana um pé no saco e grande parte da tensão do livro gira em torno do fato de que a mãe de Alex está em campanha de reeleição. Esse tema não me chama a atenção e, consequentemente, não me senti muito aflita pelos desdobramentos desse plot. Outro aspecto do qual não gostei tanto foram os capítulos longos; sou uma pessoa que gosta de dinamismo e agilidade, ou no mínimo capítulos longos com pausas marcadas no meio pra que eu possa parar sem perder o fio da meada (já que leio no horário de almoço e antes de dormir, normalmente). Por esses fatores, a leitura de Vermelho, Branco e Sangue Azul acabou sendo um pouco mais demorada do que o normal, mesmo que eu tenha amado a história. Vale ressaltar que o fim do livro é um pouco clichê, especialmente quando pensamos no papel da mãe de Henry. Mas esse não chega a ser um grande defeito, especialmente por ser uma característica comum e esperada no gênero.

Por último, mas não menos importante, fica meu elogio à edição de colecionador da editora Seguinte, que ficou linda. As páginas tem um degradê de vermelho e azul que dão um charme todo especial ao livro, e há ilustrações de várias cenas marcantes da história – inclusive foi bem divertido ir dando “check” nelas conforme as situações ocorriam na trama. A única cena que eu não consegui identificar enquanto lia é uma em que Alex e Henry se beijam na escadaria de um prédio, então se alguém se lembrar me conta nos comentários por favor. 😂 Além disso, essa edição contém um capítulo extra narrado sob a perspectiva de Henry que é simplesmente TUDO e encerra com chave de ouro a história desse casalzão. ❤

Vermelho, Branco e Sangue Azul é um romance LGBTQIA+ que fala, sobretudo, sobre liberdade. Liberdade para amar, para se expressar, para dizer ao mundo quem você é de verdade – sem medo e sem reservas. É sobre encontrar alguém que te diga com todas as letras que você não merece nada menos do que isso. ❤ Por esses e por outros motivos é impossível não se apaixonar por Alex e Henry e por sua história de amor. Ah, e as cenas hot entre os dois são um bônus muito bem-vindo, é claro rs. 🔥

Título original: Red, White and Royal Blue
Autora:
Casey McQuiston
Editora: Seguinte
Número de páginas: 416
Gostou do livro? Então adquira seu exemplar aqui e ajude o Infinitas Vidas! ❤

Livro cedido em parceria com a editora.
Esse não é um publipost, e a resenha reflete minha opinião sincera sobre a obra.
Publicidade

7 comentários sobre “Resenha: Vermelho, Branco e Sangue Azul – Casey McQuiston

  1. Siiiiiiiiiiiiiiiiim. Estou sempre pronta para um romance que aquece o coração e eu já tô aqui cheia de amor pela história.

    Achei suas ponderações bem legais sobre o que gostou ou não gostou.

    E preciso dizer que concordo sobre a edição estar linda, está mesmo.

    beijos

  2. Oi Priih! Eu consumo este tipo de romance principalmente em mangás e animes, mas também gosto de ler livros do gênero. Esse veio com uma bela edição de colecionador e está aqui na fila de próximas leituras. Espero gostar.
    Bjos!! Cida
    Moonlight Books

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s