Oi pessoal, tudo bem?
Preparados pra mais uma resenha da minha graphic novel queridinha? Estou falando dela, é claro: Heartstopper. ❤ Ah, de praxe, não custa nada avisar: como o tema é o 4º volume da série, essa resenha inevitavelmente tem spoilers das edições anteriores.
Sinopse: Charlie e Nick já não precisam esconder de ninguém no colégio que estão namorando, e agora, mais do que nunca, Charlie quer finalmente dizer “Eu te amo”. O que parece um gesto simples se torna bem complicado quando sua ansiedade o faz questionar se Nick se sente da mesma forma…
Nick, por sua vez, está com a cabeça cheia. Afinal, ele ainda não teve a oportunidade de se assumir para o pai, e se preocupa constantemente com Charlie, que dá sinais claros de ter um transtorno alimentar. Conforme o relacionamento dos dois amadurece, os desafios que vêm pela frente ficam cada vez mais difíceis ― mas os garotos logo vão aprender que amar alguém nada mais é do que estar ao seu lado, juntos, de mãos dadas.
O relacionamento de Nick e Charlie continua firme e forte, mas nessa edição os personagens enfrentam problemas que colocam suas mentes e corações em assuntos mais tensos do que nas edições anteriores da série. Nick lida com um irmão babaca e ainda não conseguiu se encontrar com o pai para contar sobre Charlie; para piorar, ele começa a pesquisar sobre transtornos alimentares ao perceber, desde o volume 3, que o namorado parece ter bastante dificuldade quando o assunto é comida. Charlie, por sua vez, deseja dizer o famigerado “eu te amo” para Nick, mas tem medo de que não seja recíproco e ele não consiga lidar com isso. Toda a ansiedade do personagem está muito mais exacerbada nesse volume, e seus problemas com a comida se tornam cada vez mais claros.
Esse foi o primeiro volume de Heartstopper que me fez chorar. Eu tenho um apego muito grande em Nick e Charlie, e ver os dois sofrendo e passando por situações tão difíceis foi de partir o coração. Nick é uma peça-chave para que Charlie decida contar aos pais sobre seu problema, o que leva a medidas mais drásticas para protegê-lo de si mesmo e de seus pensamentos destrutivos. O lado bom desse plot é que desmistifica as instituições e os tratamentos psiquiátricos, colocando-os sob uma ótica muito positiva. Isso é excelente principalmente ao pensar que o público-alvo da graphic novel é jovem, ou seja, podem ser pessoas que ainda não saibam lidar com essa pressão sozinhas (por medo, desconforto, tabus, pressão familiar, entre mil outros motivos). Ao mesmo tempo que o cuidado psiquiátrico é mostrado de forma bacana, também é de entristecer que a família de Charlie não tivesse notado que o garoto vinha demonstrando sintomas de um distúrbio alimentar. Muitas vezes a gente convive de perto com alguém que está sofrendo e, mesmo assim, não conseguimos enxergar. 😦 Acho que De Mãos Dadas faz um bom trabalho em deixar esse alerta.
Preciso dedicar um momento pra exaltar a mãe do Nick, uma personagem compreensiva, sensível e leal. Ela é a pessoa quem ajuda Nick a ordenar os pensamentos em relação ao distúrbio de Charlie, especialmente porque Nick quer salvá-lo a todo custo dessa condição. É também Sarah Nelson que fala para o filho (e para o leitor) que não é papel de um companheiro “salvar” a outra pessoa de um transtorno mental, pois é um fardo muito pesado pro amor carregar (além de transtornos mentais serem multifatoriais e mais complexos de serem resolvidos). Ela ensina o filho que amar é muito mais sobre estar presente nos momentos difíceis e saber que a pessoa pode contar com seu colo. Sim, essa foi uma das passagens em que eu chorei. 🥲
Heartstopper: De Mãos Dadas é o volume mais “pesado” da série até agora, por finalmente tocar em assuntos com os quais a trama vinha flertando, mas sem se aprofundar. Alice Oseman toma muito cuidado ao abordar o quanto devemos levar a sério o assunto de saúde mental, mas ao mesmo tempo trazendo doses de esperança e caminhos possíveis para a cura. Além de Nick, Charlie pode contar com o apoio incondicional da família e dos amigos, e mesmo que o caminho para a cura seja tortuoso e cheio de percalços, com altos e baixos, é lindo de ver que sempre tem alguém pra segurar a mão dele. ❤
Título original: Heartstopper #4: A Graphic Novel
Série: Heartstopper
Autora: Alice Oseman
Editora: Seguinte
Número de páginas: 384
Gostou do livro? Então adquira seu exemplar aqui e ajude o Infinitas Vidas! ❤
Oi, Pri. Como vai? Essa graphic novel parece ser excelente, né? Cada resenha que leio sobre, fico mais curioso em conferir de perto. Abraço!
https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
oi, Prihh! Tudo bem?
Eu amo suas resenhas sobre heartstopper, dá para ver o quanto você ama a história e seus personagens 🙂
Achei muito importante falar sobre o assunto de saúde mental. Espero que mais e mais obras tragam o assunto.
beijos
Olá
Estou doida para ler este livro! Esse eu ainda não tenho, mas já vi que promete ser muito bom. Adorei saber sua opinião.
Beijinhos
https://tecendoaliteratura.blogspot.com/
Oi!
Também achei muito interessante a forma que os tratamentos psiquiátricos são abordados nesse volume, sobre o comentário da família não ter notado me lembrei de Um ano Solitário que é focado na irmã do Charlie e ela também lida com coisas difíceis.
Beijão
https://deiumjeito.blogspot.com/
Olá,
O Nick é um fofo sempre todo preocupadinho com o Charlie, adorei conhecer esses personagens e tudo deles pela série.
A mãe dele também é uma personagem que me conquistou, e que bom ler coisas boas sobre ela no livro!
Espero conhecer os livros futuramente tb.
até mais,
Canto Cultzíneo
Olá, a sensibilidade da autora em tratar de assuntos delicados foi ainda mais notável nesse volume. Um dos meus favoritos até agora.
Bjs
Imersão Literária