Review: Lightyear

Oi pessoal, tudo bem?

Como fã assumida da Disney e da Pixar, dei um voto de confiança e fui conferir Lightyear no cinema. Querem saber como foi? Continuem lendo! 🚀

Sinopse: Nesta aventura de ficção científica cheia de ação, conhecemos a origem definitiva de Buzz Lightyear, o herói que inspirou o brinquedo. “Lightyear” segue o lendário Space Ranger em uma aventura intergaláctica ao lado de um grupo de recrutas ambiciosos e seu companheiro robô Sox.

A proposta do filme não é contar a história do boneco, mas sim a que inspirou a criação dele – ou seja, a história do filme do qual Andy (de Toy Story) se tornou fã. Apesar disso, existem pequenas referências à franquia dos brinquedos, o que traz um pouco de magia ao longa que, sem a associação, acaba se tornando um sci-fi genérico. As falas do Buzz, o modo como ele se movimenta (saltando de um lado para o outro) e até a teimosia em seguir com suas missões fazem a gente lembrar imediatamente do primeiro Toy Story, mas infelizmente isso não foi suficiente pro filme me deslumbrar.

Na trama, Buzz é responsável por um acidente que prende a tripulação de sua nave em um planeta hostil. Com um forte senso de dever, o espaçonauta está determinado a concluir a missão e devolver a vida normal a seus colegas, à sua melhor amiga (Alisha Hawthorne) e a si mesmo, pois todos sonham em ser grandes patrulheiros espaciais. Acontece que para fugir desse planeta, Buzz precisa fazer testes no espaço com combustíveis instáveis à velocidade da luz, tendo como consequência não apenas falha na missão como uma passagem de tempo de 4 anos a cada tentativa – mas somente pra quem ficou no planeta, não para Buzz, que segue sem envelhecer. Em determinado momento, uma passagem de tempo muito maior acontece e ele se depara com uma nave alienígena que está fazendo refém a população humana do planeta em que estão presos, e o protagonista pode contar apenas com o auxílio de três recrutas atrapalhados e um gato-robô.

O ritmo de Lightyear é um pouco confuso e, uma vez que Buzz viaja para o momento em que a nave alienígena se torna a nova grande ameaça, as coisas se tornam bastante arrastadas. O trio que auxilia Buzz é composto pela neta de sua melhor amiga, Izzy (que tem fobia do espaço), uma velha senhora cumprindo condicional, Darby, e um homem inseguro (e chato demais), Mo. Só se salva o gato-robô, Sox, que é maravilhoso e obviamente criado pra vender bonequinhos depois, mas que a gente ama igual. Ele é o autor das melhores piadas do filme, e também as mais naturais. Os cadetes representam a necessidade de Buzz de se possibilitar ser ajudado, se perdoar pelos próprios erros e também vêm para ensiná-lo a ter humildade – já que no começo do longa ele se acha a pessoa mais capaz do mundo e tem baixíssima tolerância a novatos. Porém, a química entre o grupo não funciona, e em mais de um momento me peguei pensando em quanto tempo faltava para o filme terminar.

A tal nave alienígena que ameaça os humanos é comandada por ninguém mais, ninguém menos que Zurg, personagem que gera o boneco que é um dos vilões de Toy Story 2. E apesar das motivações do vilão até fazerem sentido, o plot destinado a ele demora tanto tempo pra acontecer que a minha paciência já tinha se esvaído. Pra vocês entenderem do que estou falando, dá pra dividir o filme em 3 atos: no primeiro, vemos Buzz e Hawthorne testando combustíveis para voltar à vida normal; no segundo, Buzz está conhecendo seus novos aliados forçados e fugindo dos robôs de Zurg com eles; o terceiro acontece na nave de Zurg, em uma batalha contra o vilão. O que me incomodou foi não sentir uma progressão natural e fluida entre eles, com montagens que deram a sensação de um filme mais longo do que precisava ser.

Mas é claro que, além das referências bem feitas a Toy Story, existem pontos a serem exaltados no longa. Hawthorne, por exemplo, é um exemplo de liderança feminina, além de ser uma mulher negra e parte da comunidade LGTBQIA+. Ela protagoniza o primeiro beijo lésbico que a Pixar apresentou de forma explícita e foi de forma natural e muito fofa, em uma montagem que a mostra construindo uma vida no planeta que, forçadamente, foi obrigada a chamar de lar. Hawthorne está lá pra mostrar a Buzz que nem sempre o dever é a única coisa que conta, e que o amor, os amigos e a família são muito mais valiosos. Além dessa personagem super bacana, o filme também é lindo visualmente. As viagens de Buzz na velocidade da luz são bem impressionantes, as cenas têm uma pegada bem Star Wars e os detalhes gráficos do filme são caprichados – como o realismo das gotas de suor na pele de Buzz em momentos de grande tensão, por exemplo.

Lightyear tem sido chamado de “Interestelar das animações” por algumas pessoas, mas como ainda não vi Interestelar, não posso dar meu parecer. 😂 Contudo, uma coisa que tenho tido cada vez mais certeza sobre mim mesma é que sci-fi não é a minha praia, por mais leve e divertida que a trama seja (e em breve esse assunto vai surgir por aqui de novo, numa das próximas resenhas planejadas). A verdade é que faz um tempinho que a Pixar não me arrebata (ainda que Lightyear tenha conseguido arrancar uma ou duas lágrimas), e estou sentindo falta de produções como o incrível e sem defeitos Viva – A Vida é Uma Festa. Lightyear, na minha humilde opinião, é só mais um sci-fi entre tantos que eu provavelmente não vou assistir novamente. Espero que vocês tenham uma experiência melhor mas, no meu coração, quem ganha ainda é o boneco. ❤

Título original: Lightyear
Ano de lançamento: 2022
Direção: Angus MacLane
Elenco: Chris Evans, Uzo Aduba, Peter Sohn, Keke Palmer, Taika Waititi, Darby Steel, James Brolin

9 comentários sobre “Review: Lightyear

  1. Oi Priih! Eu não acompanho a franquia, nem as animações da Pixar e não posso opinar sobre esta produção. Mas que pena que não deslumbrou você e nem bateu aquela vontade de ver outra vez. As vezes eles ficam criando novos conteúdos sobre uma mesma série apenas pelo lucro e esquecem da qualidade.

    Bjos!! Cida
    Moonlight Books

  2. Olá, Priih.
    É um gênero que eu tenho uma certa dificuldade, mas engraçado é que anos atrás eu amava hehe. Como não assisti aos outros filmes acho que ia faltar essa referencias. Mas até daria uma chance se ele fosse um filme espetacular, mas pelo que li aqui não foi o caso hehe.

    Prefácio

  3. eu vi um pôster desse filme esses dias no metrô e fiquei curiosa, mas não penso em assistir no cinema (aguardando colocarem no disney + kkkkk). amei saber um pouquinho sobre ele, inicialmente pensei ser sobre a história do buzz (mas achei inteligente ser o filme que andy conheceu ele). e também achei muito legal isso de ter o primeiro beijo lésbico da pixar!

  4. Ainda não tive a oportunidade de ver o filme, mas confesso que apesar de curtir Toy Story, não fiquei tão empolgada por esse filme. Vi algumas resenhas que compartilhavam o mesmo sentimento que o seu em relação ao filme, então acho que vou esperar chegar na Disney+ para poder conferir.

  5. Pingback: Resenha: Aurora Ascende – Amie Kaufman e Jay Kristoff | Infinitas Vidas

  6. Oi Priih!
    Eu me interessei por esse filme pela franquia, mas depois de ler sua resenha, acho que vou deixar para assistir quando chegar no streaming. Na verdade estou atrasadíssima com Toy Story e vou dar preferência a vê-los primeiro.

    Até breve;
    Te espero nos meus blogs!
    Mente Hipercriativa (Livros, filmes e séries)
    Universo Invisível (Contos e Crônicas)

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